O Presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde, Rui Semedo, não está disponível para se recandidatar à liderança do partido, informou no arranque da reunião magna do Conselho Nacional do PAICV, que decorre no sábado e domingo na cidade da Praia. Semedo afirma, como argumento para justificar esta decisão, que tem consciência de que as lideranças não são eternas.
Semedo, que fazia o balanço do seu mandato, aproveitou para clarificar a sua intenção de não se recandidatar à própria sucessão, abrindo assim espaço para a ascensão de novos líderes e para a introdução de factores de revitalização do partido. “Considero necessário anunciar aqui, em primeira mão, a minha decisão de não me recandidatar a um novo mandato como presidente do PAICV”, afirmou, assegurando, realçando que este é o momento de colocar Cabo Verde e o PAICV em primeiro lugar.
Para o ainda líder tambarina, esta é uma decisão reflectida e ponderada, visando sempre o melhor para o partido que deve se preparar para assumir novas e exigentes responsabilidades, num contexto de complexas mudanças no plano interno e externo.“Colocar-me-ei na linha de frente, como facilitador, para ajudar a construir a melhor solução para uma alternativa clara e vencedora em 2026”, prometeu.
Este aproveitou para reforçar o apelo à unidade para ampliar as forças do partido, aumentar o potencial colectivo, reforçar a capacidade de diálogo e preparar-se para superarem juntos todos os obstáculos, apontando a coesão do partido como o factor decisivo para a vitória nas eleições autárquicas. “Um PAICV unido pode ser a chave para ganhar as próximas eleições e salvar o nosso país”, precisou.
Entende Semedo que o PAICV não pode defraudar as expectativas dos cabo-verdianos e tem de ser maduro o suficiente para construir uma solução credível e confiável de liderança que coloca em primeiro lugar os interesses do país. “Este, sim, é o momento da congregação de todos os espíritos, da inclusão de todas as sensibilidades, da demonstração do nosso nível, da nossa responsabilidade, da nossa maturidade, do nosso senso de ponderação para podermos unir todas as sensibilidades e trabalharmos para enfrentarmos os grandes desafios do país que precisa, claramente, de um novo rumo”, apontou.
Até agora apenas o primeiro vice-presidente, Nuias Silva, e o presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, já se manifestaram disponíveis para a liderança do partido. Para além do balanço dos resultados das eleições autárquicas, o Conselho Nacional do PAICV vai servir também para marcar as directas para eleição do líder do partido, a convocatória do congresso e fixar o número de delegados.