Professores de São Vicente refletem sobre a revisão curricular nos 20 anos do Sindep
Professores dos diferentes níveis de ensino, dirigentes dos agrupamentos e representantes sindicais estão reunidos este sábado, em São Vicente, no fórum “Repensar a Educação é uma tarefa de todos”, enquadrado nas actividades em comemoração do Dia Nacional do Professor e, também, no ano do XX Aniversário do SINDEP. O evento, que conta com a presença do Ministro da Educação, reflete sobre a revisão curricular e a sua implementação: o impacto nos professores e nos alunos.
Á imprensa, o presidente do Sindep, Jorge Cardoso, explicou que este é uma das muitas actividades que pretendem realizar ao longo deste ano, lembrando que a data real do aniversário da organização que dirige é 22 de agosto. “Foi neste sentido que resolvemos realizar este fórum em São Vicente, para debatermos as questões da Educação, nomeadamente a revisão curricular em curso. Iremos promover outras acções e fechar o ano, em dezembro, com todos os dirigentes do Sindep na Praia.”
Para esmiuçar a reforma curricular foram convidados o Doutor Arlindo Vieira e a Mestre Elizabete Cosmo, com moderação da Mestre Rosa Santiago. “Este fórum é direccionado aos professores principalmente, aos pais e encarregados de educação e alunos, para além de outras instituições. Vamos debater a reformar curricular e produzir conclusões para apresentar ao Governo sobre esta reforma”, sublinhou Cardoso, que aproveitou o ensejo para destacar a presença do primeiro presidente Sindep.
Para o ministro da Educação, que agradeceu o convite para participar com o sindicato e os professores neste dialogo, esta é mais uma oportunidade para partilhar a visão do Governo sobre a Educação, a reforma curricular, mas também o sistema de avaliação das aprendizagens, a formação dos professores e outras reformas, designadamente a transição digital no sistema educativo. “Por outro lado, é preciso dialogar com os sindicatos para, em convergência, procurarmos soluções para as reivindicações. Resolvemos já várias pendências e temos a firme intenção de continuar e, se possível, concluir o processo este ano para podermos avançar para a revisão do Regime Jurídico das Carreiras dos Professores e podermos qualificar e dignificar ainda mais a classe”, frisou Amadeu Cruz.
Relativamente ao próximo ano lectivo, o governante voltou a afirmar que as aulas terão inicio a 18 de setembro e o acto central será na Ribeira Grande, Santo Antão. “Em termos das grandes linhas de orientação para o próximo ano, será a consolidação da reforma do ensino básico, continuação da implementação da reforma do ensino secundário. Vamos igualmente reformar a formação inicial e continua dos professores, continuar a fortalecer a ação social escolar, no sentido de criarmos as condições para que nenhuma criança fique fora do sistema. Estaremos a reforçar o programa das cantinas escolares, a melhorar o sistema de transporte escolar e a criar as condições para a inclusão educativa para que nenhuma criança com alguma deficiência fique fora da escola.”
A nível das infraestruturas educativas, o ministro garantiu que já foram gastos mais de 1.500 mil contos na reabilitação de mais de 300 escolas. E vão continuar com as intervenções, sendo que para este ano o ME deverá contemplar mais 50 escolas, com destaque para o Liceu Ludgero Lima em São Vicente. “Estamos a criar todas as condições para que o próximo ano seja tranquilo em termos de estabilidade de gestão pedagógica, mas também de dos recursos, particularmente dos recursos humanos”, assegurou, pontuando, em termos de balanço deste ano lectivo prestes a terminar que este foi um ano em que não houve incidências negativas, houve estabilidade no funcionamento das escolas e uma normalização paulatina das relações laborais dentro do sistema.
A estes junta-se ainda uma maior participação dos pais e encarregados de educação no acompanhamento dos alunos. E tudo isso terá contribuído para uma melhoria sustentada das aprendizagens em relação ao ano lectivo anterior. “Ainda não estamos em condições de anunciar os resultados abrangentes de todo o ano lectivo porque faltam os do terceiro trimestre. Mas os dados do primeiro e do segundo já apontavam no sentido da melhoria e consolidação dos ganhos que temos tido dentro do sistema”, enfatizou Amadeu Cruz.
Para além da forte presença dos professores, o fórum “Repensar a Educação é tarefa de todos”, contou ainda com a presença da vereadora Celeste da Paz, da deputada nacional da UCID, Zilda Oliveira, dos directores dos agrupamentos e dos liceus, da Associação de Pais e Encarregados de Educação e da Associação dos Estudantes da Escola Jorge Barbosa, e do presidente do Simetec, Tomas Aquino, do Secretario Permanente do Sintap, Luís Fortes, e ainda do representante do Sindeprof, de entre outros.
