Presidente da CEDEAO denuncia genocídio nos Camarões e diz-se preocupado com crescente insegurança no Sahel
O presidente do Parlamento da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) denunciou ontem, na abertura da Primeira Sessão Extraordinária deste parlamento comunitário deste ano de 2022 que acontece em Monróvia na Libéria, um “verdadeiro genocídio” que se vive no Sul dos Camarões e mostrou-se preocupado com a insegurança e com a escalada de violência com perdas de vidas humana na sub-região. Segundo Sidie Mohamed Tunis, vive-se uma “autêntica crise humanitária” na região do Sahel.
Tunis condenou, igualmente, os actos bárbaros perpetrados recentemente por elementos do Bolo Haram e o agravamento da violência praticada por gangues criminosos no noroeste da Nigéria, que ceifaram a vida a pelo menos dois mil civil inocentes na região, lê-se no comunicado de imprensa, que informa ainda que o responsável do Parlamento da CEDEAO fez estas denúncias ao se dirigir aos deputados comunitários, diplomatas acreditados em Monrovia e outros convidados durante a abertura oficial desta sessão, que arrancou ontem, no Complexo Ministerial.
De acordo com o presidente do Parlamento da CEDEAO, as ondas de ataques de extremistas em Burkina Faso exacerbaram a situação humanitária, de per si já agravadas no país, tendo por isso aproveitado a ocasião para alertar aos presentes e à comunidade internacional, através dos diplomatas, do verdadeiro genocídio que está a viver em Ambazonia, no sul dos Camarões.
Tunis fez ainda referencia a crescente insegurança na região do Sahel. “Como sabem, a situação é mais precária em Burkina Faso, Mali, Niger, Nigéria e na Bacia do Lago Chade. O problema da insegurança e a violência, estão a agravar a situação humanitária nestes países, como se não bastasse os efeitos provocados pela pandemia da Covid-19 e as mudanças climáticas”, enfatizou, realçando que a situação é “muito triste” e que, se nada for feito para reverter essa tendencia dramática, mais vidas serão perdidas e o sofrimento de civis inocentes continuará”.
“Existe, portanto, a necessidade urgente de operações conjuntas, em patrulhas, nas fronteiras numa clara demonstração de apoio e solidariedade, por um lado, mas por outro, para combater e dissuadir as redes de trafico que abastecem grupos de terroristas, na África Ocidental e no Sahel”, remata Tunis.