PM vê CVOW como impulsionador da economia azul, da consciência ambiental e climática e da notoriedade de C. Verde

O Primeiro-ministro defendeu ontem, na abertura da VIII edição da Cabo Verde Ocean Week, a importância de continuar a investir neste certame, que emerge como um grande mentor, motor e impulsionador da economia azul e da notoriedade do país. Segundo Ulisses Correia e Silva, a CVOW é também uma oportunidade para se desenvolver uma consciência ambiental e climática forte. Por isso, espera que do encontro, que reúne no Mindelo, durante esta semana, políticos, especialistas e acadêmicos, saia contribuições para uma gestão sustentável dos recursos marinhos nacionais.
Para o Chefe do Governo, cada CVOW é diferente, mas o propósito é o mesmo, que é juntar entidades, desde políticos, governantes, pessoas ligadas ao sector da academia, da investigação, cientistas, comunidades costeiras e escolas para debater o desafio da economia azul, que pressupõe a preservação do ecossistema e da biodiversidade. “Temos um compromisso para uma gestão mais sustentável destes recursos. Estamos a falar das pescas e de tudo aquilo que tem a ver com a nossa acção em relação às zonas costeiras, as praias. Mas ao mesmo tempo fazer com que tudo isso se transforme em economia”.
No fundo, disse Correia e Silva, o que se pretende é gerar a criação de empresas, negócios, rendimento e empregos para a economia nacional e para as empresas, sejam elas micro, pequenas, médias ou grandes empresas e para as comunidades. “Vamos descobrindo mais ideias, sendo que algumas já vêm das edições anteriores e se concretizaram em pequenos negócios, desde a economia circular que se dedica a reciclagem de materiais perdidos e que às vezes vão parar no mar, pesca e aproveitamento dos produtos da pesca processados, um turismo mais sustentável”, apontou, citando como exemplo, o negócio em que os turistas podem nadar com tartarugas em São Vicente ou com tubarões no Sal.
Entende o Primeiro-ministro que, desde que bem organizados, estes negócios criam valores para o mercado. “Temos muitos ecossistemas aqui que são únicos. Então temos de criar cada vez mais soluções que sejam inovadoras e, ao mesmo tempo, integrem as comunidades porque são muito importantes.” Questionado sobre o impacto da CVOW no arquipélago, este defende que será aquilo que as pessoas quiserem. “Depois de cada CVOW ficam recomendações, experiências, contatos e abertura para saber o que melhor se faz em outras partes do mundo,” frisa, realçando que existem muitas ilhas com a mesma tipologia de C. Verde, que são os pequenos estados insulares em desenvolvimento e que enfrentam desafios similares de desenvolvimento relativamente ao aproveitamento dos recursos.
Por isso, toda esta troca de experiência para se melhorar os instrumentos, a forma de funcionar e alterar o relacionamento dos cabo-verdianos com o mar. “Mais do que uma incubadora de ideias, a CVOW emerge como um grande mentor, motor e impulsionador da economia azul. É também uma oportunidade para se desenvolver uma consciência ambiental e climática forte”, sublinha. Lembrou ainda que, em 2023, o Secretário-Geral das Nações Unidas marcou presença no certame e que, associado ao Ocean Race, criou-se um nível de notoriedade relativamente ao interesse por Cabo Verde, designadamente em matérias como ação climática e ambiental, preservação e conservação da biodiversidade, economia azul e turismo.
Correia e Silva terminou dizendo que vale a pena este tipo de investimento porque deixa resultados que, como uma planta, vão sendo cultivados para poderem dar frutos mais à frente. Na abertura desta edição da CVOW teve ainda intervenções do Ministro do Mar, Jorge Santos, que destacou os principais eventos do programa que vão acontecer durante esta semana, e do presidente da Câmara de S. Vicente, A. Neves.








