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PAICV acusa Gust de transformar a CMSV numa loja de caridade e os munícipes em pedintes

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O presidente da Comissão Política Regional do PAICV em S. Vicente acusou hoje o presidente Augusto Neves de transformar a Câmara Municipal numa loja de caridade e os munícipes em pedintes, com fins eleitoralistas. Alcides Graça justificou esta sua afirmação com as grandes aglomerações que se verificam todas as segunda-feiras a frente da CMSV.

Segundo Graça, a concentração de pessoas na Câmara de S. Vicente está a desafiar todas as recomendações das autoridades sanitárias quanto ao distanciamento social, na esperança de aproveitar esta oportunidade para legalizar casas ou comprar um terreno. “Algumas pessoas, para garantir o atendimento, levantam-se às 4 da manhã, e mesmo assim não conseguem resolver a situação”, denuncia este politico, para quem esta pratica traduz-se numa grande desonestidade política e falta de carácter por parte do edil.

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O presidente da CPR acredita que o objectivo não é resolver, mas sim protelar a situação no tempo até as eleições autárquicas. Mais: o edil deu ordem aos “generais de campanha” espalhados pelos bairros, os alegados zeladores municipais, para recolherem nomes, bilhetes de identidade e declaração de NIF dos munícipes com casas clandestinas e pedidos de terreno pendentes para os enganar que as casas vão ser regularizadas. 

Alcides Graça

“O próprio presidente anda de bairro a bairro a estimular os munícipes a apanharem o seu terreno garantindo que depois serão legalizados. Isto não pode ser”, constata, aproveitando para lançar um forte apelo: “Pov de soncent bzot desperta, Augusto Neves ti te ingana bzot k promessa de terreno e legalização de casa sô pa bzot vota na el”, reforça, lembrando que Gust vai sair da CMSV dentro de dias e, portanto, não tem tempo para regularizar os milhares de pedidos, pelo que a situação visa apenas criar uma situação de dependência e garantir os votos nas próximas eleições.  

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De acordo com Graça, esta estratégia foi usada em 2016 e deu resultado, pelo que decidiu repetir a mesma receita agora em 2020. Chama atenção no entanto que se uma pessoa for enganada uma vez a culpa não é de quem engana, mas uma segunda a responsabilidade é inteiramente sua. Termina lembrando que todos os munícipes têm direito a um pedaço de terreno para construir legalmente a sua casa. E os que não têm condições, a CMSV tem a obrigação de ceder-lhes um lote gratuitamente em regime de aforamento. 

Lembra, por outro lado, que esta situação coloca também em causa a saúde pública. Estranha, por isso, o silêncio das autoridades sanitárias, designadamente o Delegado de Saúde e o próprio Governo, tendo em conta que se está a colocar em risco a saúde de todos os munícipes da ilha. Quando ao lançamento de primeiras pedras e inaugurações que o edil vem fazendo nos últimos dias, Graça fala em “acto de desespero”, até porque, diz, a maioria destas obras, não estão orçamentadas e as vezes sequer têm um projecto de execução, caso por exemplo, da habitação social de Pedra Rolada. O mesmo acontece com o campo relvado do Calhau.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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