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Orlando Dias critica Correia e Silva por aproveitar ato público do partido para anunciar a sua recandidatura à presidência do MpD

O deputado e candidato a presidente do MpD, Orlando Dias, congratulou-se com o anuncio feito por Ulisses Correia e Silva, que assumiu ontem a recandidatura à presidência do partido que dirige, “em nome da estabilidade política”, compromisso firmado ontem durante a abertura do ano político 2022/2023. Criticou entretanto duramente o ainda presidente ventoinha por ter aproveitado um ato público do partido a favor da sua candidatura.

Numa curta publicação, o candidato diz-se satisfeito com este anúncio, pois em boa hora havia desafiado o actual presidente do MpD a clarificar a sua posição. “Lamentamos, contudo, que o anúncio tenha sido feito em contramão aos mais elementares princípios da ética, aproveitando-se de um ato público do Partido para o cavalgar a favor da sua candidatura. É feio, é mesmo muito feio!”, escreveu. 

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O mais grave, afirma Orlando Dias, é que mais de 80 porcento das pessoas presentes, foram transportadas do interior de Santiago em hiaces e autocarros alugados para o efeito, que aproveita para questionar, legitimamente do seu ponto de vista, quem pagou a despesa. “Se foram utilizados recursos públicos, é crime! Se foram utilizados recursos do Partido, é imoral!”, declara. 

Para este candidato, a questão é pertinente porquanto sabe-se que membros do Governo têm vindo a antecipar a campanha interna, contactando militantes de vários municípios à sombra de visitas oficiais. “O MpD – que é de todos os militantes – não pode estar a financiar a campanha de um candidato à liderança do Partido”, diz Dias, realçando que o actual presidente do partido, de forma desleal e em contramão à ética política, transformou um ato oficial do MpD em comício da sua campanha.

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Coesão forte

Foi perante uma plateia bem composta, com militantes a empunhar bandeiras e símbolos do partido que Ulisses Correia e Silva informou que assim que a direcção Nacional marcar a Convenção Nacional do MpDvai firmar este compromisso. “Não precisamos juntar a crise económica e social à crise política. Cabo Verde não merece uma crise política nesta altura. O MpD não precisa de uma crise política. É preciso que as pessoas compreendam cada momento em que estamos a viver. Estamos com um Governo que defende o povo, e um país com muitos problemas, incertezas e ameaças”, declarou.

Para o líder do MpD, o interesse na defesa de Cabo Verde deve estar sempre acima de tudo. Nesta lógica, lançou um repto no sentido de todos os afectos ao MpD se unirem em torno de uma coesão forte, de modo que o partido possa estar preparado para as próximas vitórias eleitorais, de forma a inspirar a confiança dos cabo-verdianos no caminho seguro.

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A abertura oficial do ano político do MpD realizou-se numa tenda, ao largo do Auditório Nacional na cidade da Praia, sob lema “Retoma com confiança”.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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