O Ministro do Mar prestou uma homenagem sentida ao membro da União Europeia e integrante da Comissão Mista Cabo Verde-UE, que faleceu repentinamente na madrugada de sexta-feira em São Vicente, no encerramento da 7ª edição da Cabo Verde Ocean Week. Jorge Santos mostrou-se ‘muito satisfeito’ com o elevado nível das conferências apresentadas ao longo destes dias e garantiu que todos estão em sintonia para fazer valer ‘A voz dos Oceanos’, o seja, para proteger os mares e os oceanos, para eliminar a sobrepesca e para combater a poluição.
De acordo com o governante, é preciso chamar a atenção não só aos países e ilhas da Macaronésia, que tão pouco poluem o mar mas sofrem as consequências daqueles que mais poluem. ‘A nossa voz não só é de criar resiliência,mas também de chamar a atençãodaqueles que são responsáveis pela poluiçãodo nosso mar e dos nossos oceanos. É em conjunto que podemos criar resiliência “, declarou Santos, deixando claro que vale a pena esta edição do CVOW.
Aproveitou para destacar instituições como o Instituto e a Escola do Mar, universidade Técnica do Atlântico e os vários parceiros internacionais que são importantes para a investigação, busca e transmissão de conhecimento. Referiu igualmente ao diálogo mantido com os empresários durante esta semana, com aqueles cuja função é aproveitar as oportunidades do mar, as suas riquezas, e transformar isso em empresas produtivas, que comercializam e transformam essas riquezas.
‘Temos que ser ousados. Quero aqui anunciara predisposição do Governoem definir zonas de proteçãoa nívelcosteiro. Mas tambémvamos fazê-lo a nível offshorepara que possamos ter aqui um corredorde proteção,principalmente da pescae de outros recursose de zonas importantes’, prometeu. Com isso, acredita, Cabo Verde estará na linha da frente na protecção do Atlântico e das suas espécies.
Outra novidade avançada por Jorge Santos é a participação nos próximos dias de uma delegação do MM e da Câmara Municipal de São Vicente numa conferência sobre as baías mais belas do mundo, em Marrocos. Antes, usou da palavra o coordenador do CVOW edirector Nacional das Políticas do Mar, Anísio Évora, para quem o sentimento é de muita gratidão pela enorme importância deste evento para o setor público, o setor privado e também para toda a sociedade civil.
Afirmou que o oceano foi visto por muito tempo apenas como um local de abastecimento, não obstante ser também responsável pela produção da maioria do oxigênio que respiramos. Mas o cenário agora é diferente e pede urgência. ‘Urgência de ação, urgência de mudança de perspectiva. O crescimento populacional já ultrapassa 8 mil milhões, o que intensifica a pressão sobre os recursos naturais e agrava os impactos climáticos. Atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis, a desflorestação, elevam os níveis de gases de efeito de estufa, acelerando o aquecimento global’.
Para Anísio Évora, a CVOW proporcionou momentos de reflexões positivas e muito importantes para o presente e para o futuro dos países no que tange aos desafios atuais e prementes que os oceanos enfrentam. Em jeito de exemplo, disse que a sobrevivência depende da mudança de mentalidade sobre os oceanos e as políticas que foram implementadas para assegurar a preservação, a exploração e a utilização sustentável dos recursos marinhos, em prol da economia azul.
Garantiu que Cabo Verde tem feito esforços consideráveis para desenvolver estratégias abrangentes, não apenas para mitigar os impactos adversos, mas também para fortalecer a resiliência das comunidades locais e do ecossistema marinho e marítimo.Estratégias, essas estratégias visam não apenas enfrentar os desafios imediatos das mudanças climáticas, mas também garantir a sustentabilidade a longo prazo do país e das nossas populações.
Logo após o encerramento oficial, os participantes se dirigiram à comunidade piscatória de São Pedro para participar do Bluau, ou seja, para um momento de descontração com boa música, delícias do mar e convívio naquela praia, à volta de uma fogueira.