JMN defendeu que Brasil com Lula da Silva pode ser elo entre África e América Latina
O Presidente da República, que testemunhou ontem a posse do seu homologo Luís Inácio Lula da Silva, afirmou em declarações ao site www.folha.com.br, que sobe a liderança do presidente do PT, o Brasil pode ser elo entre África e América Latina. José Maria Neves defendeu ainda arranjos económicos e afirmou que “as terras de Vera-Cruz” voltaram à normalidade democrática.
De acordo com o jornal, entre as muitas mensagens que recebeu após ser eleito, Lula da Silva ouviu uma demanda quase uníssona dos Países Africanos de Língua Portuguesa (Palop): a retoma das relações bilaterais com o Brasil. José Maria Neves, 62 anos, foi um deles e listou as expectativas do continente e de Cabo Verde diante do futuro governo do Partido do Trabalhadores.
O Chefe de Estado Neves vê no Brasil um poderoso elo entre América Latina e África, regiões que Lula apontou como prioridade da sua política externa e expressou o anseio por mais laços económicos, notadamente no setor energético. “O Brasil pode ajudar países africanos a serem mais resilientes e terem uma economia inclusiva e sustentável”, declarou José Maria Neves.
Sobre a recente corrida por influência na África liderada por EUA, China e Rússia, o político entende que a movimentação das superpotências não reduz o possível protagonismo que o Brasil pode assumir no continente. Há, afinal, um soft power e uma simpatia únicos, segundo o Presidente da República.
Para JMN, durante o governo de Jair Bolsonaro, houve um quadro de resfriamento das relações do Brasil com o continente e uma menor presença daquele país no espaço da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Sobre Lula, JMN disse que recebeu com satisfação a escolha do povo brasileiro.
“Com o regresso à normalidade, à democracia, o Brasil se apresenta mais aberto ao mundo. Temos com Lula maior presença do país nos fóruns internacionais, o reforço do multilateralismo, das relações da América Latina cm a Africa e com o mundo e maior contribuição para enfrentarmos os grandes desafios da atualidade: a crise climática e os efeitos devastadores da pandemia de Covid”, pontuou.
Para além de JMN, estiveram presentes na investidura de Luís Inácio Lula da Silva ontem, domingo, 01 de janeiro, os chefes de Estado da Comunidade de Língua Portuguesa Umaro Sissoco (Guiné Bissau), João Lourenço (Angola), Marcelo Rebelo de Sousa (Portugal) e José Ramos Horta (Timor Leste).