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Homenagem a Sheron: Mãe organiza caminhada da Praça Estrela ao Cemitério

A mãe de Sheron Lopes, a criança que faleceu vítima de câncer em São Vicente, está a organizar uma caminhada para esta sexta-feira com propósito de relembrar a filha. Lucilene Delgado alega que “não foi dada a sua filha a oportunidade de lutar pela vida”. A concentração será na Praça Estrela, a partir das 10 horas, seguindo depois o cortejo em direção ao cemitério e regresso à casa onde Sheron viveu os seus quatro anos.

De acordo com Lucilene Delgado, que ainda chora a filha, será uma homenagem pacífica e sentida. Por isso pede a quem aderir que vá trajado de branco. “Sheron era uma criança alegre, que por onde passava encantava as pessoas com seu jeito de ser, direta e sincera. Não consigo lembrar-me dela e ficar triste porque não era esse o sentimento que me passava”, assegura a mãe desta criança que perdeu a vida há quase uma semana, enquanto aguardava para ser evacuada para tratamento em Portugal.

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De acordo com Lucilene Delgado, desde que a Sheron faleceu, surpreendeu-lhe a indignação generalizada, nos noticiários e nas redes sociais. Ao mesmo tempo espera que o caso da filha seja uma lição para que outros pacientes não venham a passar pelo mesmo calvário. “Minha filha não teve a oportunidade de lutar pela sua vida. Mesmo que fosse mais um mês do que ela viveu, o que importa era saber que pelo menos ela lutou”, lamenta.

A mãe conta que pretendia apenas ir ao cemitério saber onde foi enterrada a filha, já que “a crença popular cabo-verdiana não aconselha os pais a acompanharem o enterro dos filhos”.

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Hoje, quinta-feira, completa uma semana da partida de Sheron Lopes. Desde então já houve uma declaração do HBS a revelar as condições que a paciente deu entrada nos serviços de urgência. O ministério de Saúde também se pronunciou sobre o caso.

No festival Baía das Gatas, no terceiro dia, houve um minuto de silêncio pedido pelo conjunto Hip Hop Skils Muviment em homenagem a criança. Paralelamente, circula nas redes sociais uma  caricatura da criança, onde se pede a introdução de uma lei Sheron para que os processos de evacuação sejam mais eficazes e rápidas.

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Sidneia Newton (Estagiária)

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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2 Comentários

  1. Os Hospitais de Cabo Verde precisam de ser equipados com um aparelho que detecta tumores. Pelo que soube numa publicacaonde um internauta, o aparelho custa a volta de 6 mil contos, e iria ser Uma mais valia ao país e aos doentes.
    Há que investir na saúde… e deixar de adquirir carros de top Gama que nada traz de utilidade ao país.
    Recado dado

  2. Esta criança não é só da D.Lucilene é nossa de toda uma sociedade que ainda não se apercebeu que há dinheiro só que é mal empregue e que enquanto houver para o supérfluo faltará para a saúde. Todos nós como coletivo perdemos a Sheron e a oportunidade de pelo menos lutar para recuperar a sua saúde. Todos falhamos. O Estado, O Governo, O Sr.Ministro da saúde, e nós como sociedade por sermos tão egoístas e passívos.É a desumanização total dos cuidados de saúde e a desvalorização de uma vida.Quanto vale a vida de um caboverdiano, Srs.Ministros? Não, não estou a falar dos vossos ( filhos, parentes e amigos).Do caboverdiano comum, anónimo, aquele que os srs dizem que representam, quanto vale a sua vida?

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