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Grupo de trabalhadores concentra na Praça Dom Luís para pedir respeito e reposição do poder de compra

Um grupo de trabalhadores de São Vicente – cerca de duas dezenas – concentrou no final da manhã deste sábado a Praça Dom Luís, munidos de cartazes para exigir reposição do poder de compra e respeito ao Governo. A iniciativa foi da União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde – Central Sindical, com apoio de alguns sindicatos sediados na ilha do Porto Grande. 

Á imprensa, António Pina explicou que a ilha de S. Vicente não podia ficar de fora desta concentração de trabalhadores a nível nacional, realizada por iniciativa da Secretaria Geral da UNTC-CS. “Decidimos concentrar na Praça Dom Luís para reivindicar alguns direitos dos trabalhadores de Cabo Verde, designadamente perda do poder de compra. O objectivo desta manifestação é alertar o Governo para algumas situações que os trabalhadores estão estão a enfrentar neste momento em relação ao Código Laboral Vigente, que foi alterado.”

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Relativamente aos salários dos trabalhadores, Pina diz que há anos estes estão congelados. Enquanto isso, os bens de primeira necessidade aumentam diariamente, o que agrava a sua já reduzida poder de compra. E este é um problema que, no entender deste nosso interlocutor, afecta todas as classe sociais, desde as mais baixas as com algum poder de compra.

A par destas reivindicações, o porta-voz do grupo aponta ainda como preocupantes as recentes alternações nos Estatutos do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que retiraram regalias aos trabalhadores. “O INPS tem neste momento uma lista de medicamentos que pode comparticipar e outra que, simplesmente, não apoia. Isso acaba para aumentar os encargos para os trabalhadores. Este é um dos motivos que nos levou a estar aqui presentes”, exemplifica. 

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António de Pina aproveitou para criticar o CL que, afirma, retirou todas aos trabalhadores em detrimento do patronato. “O anterior CL já não tinha muitas regalias, mas com o novo Código, que entrou em vigor em Outubro de 2016, a situação ficou ainda mais complicada. O pior é que neste momento existe um medo no seio dos trabalhadores por causa dos contratos precários, que deixaram de ser excepção para se transformarem em regra”, desabafa. 

Questionado se ficou defraudado com a fraca adesão à concentração, Pina diz que a presença do grupo foi uma surpresa, tendo em conta que a “grande manifestação de trabalhadores” será, efectivamente, no dia 13 de Janeiro. “Neste momento há uma divergência que deve ser resolvida entre os responsáveis dos sindicatos locais e a SG da UNTC-CS. E tem normas que regulamenta isso. Mas este é um assunto que deve ser resolvido internamente”, pontua o entrevista, que não acredita, no entanto, que a realização desta duas actividades possa dividir os trabalhadores.

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O porta-voz do grupo de trabalhadores, admite, no entanto, que a manifestação de 13 de Janeiro está a ser mais divulgada. Entendo, no entanto, que os sindicatos de São Vicente deveriam ter informado a central que pretendiam fazer a actidade no dia 13 para que fosse agendada uma data única para os trabalhadores manifestarem o seu descontentamento.

Constânça de Pina 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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2 Comentários

  1. S.Vicente nao podia ficar de fora desta tentativa de desunir os trabalhadores mas, convenhamos, ficou mesmo de fora.
    Uma manifestacao com 20 trabalhadores???
    A senhora Secretaria Geral da UNTC-CS ja nao tem qualquer apoio.
    Só o teu, que vale o que vale. Nada!

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