Greve por tempo indeterminado: UCID pede ponderação aos professores e ao Governo
A UCID pediu ponderação aos professores e ao Governo para que seja encontrada uma resolução razoável para as reivindicações da classe docente em Cabo Verde. João Santos Luís reagia assim a greve por tempo indeterminado dos professores e que arrancou esta quarta-feira, 28, sob a liderança do Sindicato Democrático dos Professores (Sindprof).
Para este político, esta greve é o culminar de um processo que se arrasta há muito tempo, desde o inicio do ano, devido a não resolução das pendência por parte do Ministério da Educação. “Não conseguiram chegar a um entendimento plausível e, portanto, os professores, como qualquer outra área laboral, têm esta prerrogativa de recorrer a medidas que possam ajudar com observar e/ou repor os seus direitos. Entendemos que, de facto, esta classe vem sendo um pouco esquecida e fustigada”.
João Santos Luís entende que os professores cabo-verdianos pertencem a uma classe que deve ser acarinhada por todos, pelo Governo, mas também pela própria sociedade civil de uma maneira geral. Tudo isso pela sua importância enquanto formadora e educador, não obstante ser esta última responsabilidade dos pais e encarregados de educação e da sociedade. “É uma classe que deve ter o lugar que merece, deve ter alguma dignidade no exercício da sua função. Sabemos que o país não pode dar o que não tem, mas não entendemos a existência de pendências desde 2011”, desabafa.
O presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática realça que, sobre este particular, logo a seguir ao debate com o Ministro da Educação, o seu partido fez uma declaração politica no Parlamento em que expos as suas preocupações relativamente as pendências de 2011 a 2019, que já deviam estar resolvidas. Mas não basta resolver e repor os direitos dos docentes, afirma, é preciso manter a estabilidade da classe, que neste momento não existe em Cabo Verde.
“Estamos a pedir ponderação entre todas as partes para que de facto possam chegar a uma solução adequada e resolver os problemas dos professores a nível nacional”, sublinhou, reconhecendo razão à presidente do Sindprof que cobrou ao ME dignidade para os professores. Para ilustrar esta falta de dignidade, Santos Luís citou o caso dos novos professores que desde setembro nunca receberam um tostão dos seus salários, sendo que o Orçamento de Estado de 2023, que termina a 31 de dezembro, contempla estes docentes. A situação é ainda mais grave, afirma, para os deslocados em outras ilhas.