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Governo nega pagar afretamento do “Chiquinho BL”

O Estado de Cabo Verde não paga o afretamento do navio Chiquinho, clarificou agora a pouco o ministério da Economia Marítima em reacção às declarações feitas pelo deputado do PAICV João do Carmo, que afirmou em conferência de imprensa que o Governo está a dispender 400 contos por dia por esse navio adquirido pela companhia CV Interilhas. Curiosamente, uma embarcação autorizada a viajar apenas entre S. Vicente e Santo Antão. .

Em nota, o ministério deixa claro que a embarcação é afretada pela Cabo Verde Interilhas, que assume todos os encargos inerentes ao navio. Mais: é o Estado quem recebe da concessionária, através da Cabo Verde Fast Ferry, pelo afretamento dos seus três barcos: Praia d’Aguada, Kriola e Liberdade.

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Quanto à afetação do navio Chiquinho BL à linha São Vicente – Santo Antão, muito criticada por operadores económicos e pelos partidos da oposição, de acordo com a nota de esclarecimento do MEM, é a maior rota do mercado nacional com 70% dos passageiros e 80% das viaturas transportadas no país. “O navio, com as suas características – 76 metros – e capacidade – 430 passageiros e 72 viaturas ligeiras – constitui a opção mais adequada.”

Por isso mesmo, o ministério da Economia Marítima reitera que a solução adoptada é a mais eficiente onde o país e a sua população sai a ganhar. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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Um Comentário

  1. O problema é que, “o problema” não o que o PAICV diz, mas sim o que os utentes dizem, o que os cidadãos dizem. Eu não sou PAICV. Nunca fui. Pelo contrário.

    É claro que não é o Governo que paga o “hire”. Como diz o citado comunicado do Ministéro, “a embarcação é afretada pela Cabo Verde Interilhas, que assume todos os encargos inerentes ao navio”. Mas, no fim, quem paga o pato é o Estado (nós). Para a CV Interilhas, é indiferente que o “hire” (valor do afretamento) seja de 400 contos/dia, de 800 contos/dia, ou de 1.000 contos/ dia. No fim o Estado é que vai cobrir o deficit de exploração. Aí, não é indiferente o valor do hire. Quanto maior for, mais o Estado paga em subsídio. Para quem também não é indiferente o valor do “hire” é a empresa proprietária do navio, do mesmo grupo que detém a CVI. Quanto maior for o “hire”, mais lucram. Do mesmo grupo é também a empresa que vende as passagens da CVI, a empresa que vende os fretes da CVI, e mais as outras que ficaremos a saber, quando divulgarem as contas de 2019 (e então perguntarei ao Ministro do Comércio e Energia, onde fica o “prevenir o conflito de interesses nas empresas”, do seu novo Código das Sociedades Comerciais – como ele disse no Parlamento, quando ele foi apresentar o pedido de autorização legislativa) A mim essa estória me lembra uma porca parida.

    Mas estranho que citem o comunicado do Ministério, dizendo que não é o Governo que está a despender 400 contos por dia com o afretamento do navio Chiquinho, mas gaba-se de que, “é o Estado quem recebe da concessionária, através da Cabo Verde Fast Ferry, pelo afretamento dos seus três barcos: Praia d’Aguada, Kriola e Liberdade.” Aí também, o que vamos ter que pagar no fim, é muito mais do que aquilo que o Estado recebe. Essa estória da CVFF é outra que nos vai custar os olhos da cara. E desde 2016 não têm coragem de divulgar as suas contas. Uma empresa financiada na bolsa, em mais de um milhão e meio de contos, mais os 500 mil da Previdência Social, mais dinheiro da Asa, mais dinheiro da Caixa económica, mais… Há mais? Só divulgando as contas dessa empresa. Aí sim, termos transparência, Sr Ministro das Finanças.

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