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Governo aplica 35 milhões de euros em SV pós-Erin: Investimento a longo prazo para resiliência de SV, SA e SN estimado em 350 milhões de euros

O Governo apresentou ontem aos parceiros o trabalho feito, em curso e por fazer em São Vicente, Santo Antão e São Nicolau no pós tempestade Erin, com recurso ao Fundo de Emergência e ao Fundo Soberano. Mas, os recursos retirados, afirma o porta-voz do encontro, precisam agora ser capitalizados. O Ministro da Administração Interna explicou que, a curto e médio prazo, estão a ser investidos 35 milhões de euros. Mas, a longo prazo, será necessário um investimento estimado em 350 milhões de euros, na construção da resiliência. 

O encontro contou com a participação e intervenção de sete ministros, incluindo do Primeiro-ministro e do vice-Primeiro-ministro e ministro das Finanças, do representante das Nações Unidas, dos embaixadores da União Europeia, de Portugal e da China, e ainda do representante do Banco Mundial. Foram cerca de três horas de discursos, alguns deles repetidos em encontros com o Gabinete de Proteção Civil e com os empresários, vídeos do antes e depois da tempestade, e promessas de mais trabalho e apoios. Paulo Rocha afirma que era preciso dar a conhecer aos parceiros o trabalho do Governo, os levantamentos feitos, as medidas tomadas nos planos sociais e económicos, e no domínio da proteção civil.  

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“Apresentamos também os levantamentos feitos pelas autoridades em termos de infraestruturas e outros, e demos a conhecer aos nossos parceiros aquilo que são as necessidades de financiamento para fazer face – a curto, médio e longo prazo – aos impactos da tempestade. Trouxemos aqui as medidas que estão a ser implementadas, mas também aquilo que é o esforço que nós podemos fazer para reabilitar São Vicente, Santo Antão -Porto Novo e também a ilha de São Nicolau,” detalha.

Instado a clarificar o que já foi feito e o que falta fazer, Paulo Rocha informou que o Governo atribuiu um rendimento social de emergência às famílias e uma subvenção financeira visando a recuperação da atividade das empresas afectadas. Sobre este particular, garantiu que a primeira tranche já foi entregue às empresas, inclusive as do sector informal, mas também nos domínios da agricultura, pecuária e pesca. E algumas estarão já a receber a segunda tranche. “O rendimento social de emergência será atribuído durante três meses consecutivos, a contar a partir de agosto para apoiar as pessoas que perderam os seus proventos. O Governo está presente também no domínio das obras de limpeza e recuperação da cidade, que vão sendo feitas com a liderança da Câmara Municipal de São Vicente. Quem vem a São Vicente se calhar até não acredita que a ilha passou por uma tempestade”, pontua.

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Mobilizar mais recursos

O MAI reconhece, no entanto, que ainda há muito por fazer, que exige recursos. “Há uma mobilização de recursos, seja daquilo que já tínhamos ao nível do Fundo Nacional de Emergência e do Fundo Soberano, seja de recursos que precisaremos para completar as despesas que ainda teremos pela frente.” Paralelamente, decorre o processo de avaliação dos impactos a nível das viaturas sinistradas e que o Governo irá compensar. A este junta as infraestruturas rodoviárias, o alojamento definitivo das famílias e ainda despesas decorrentes da reabilitação de algumas casas e construção de outras. 

“Há um leque variado de intervenções. O Governo, através dos fundos de Emergência e Soberano, já tinha, em termos de prevenção, antecipado momentos difíceis como este. Vivemos um período de alterações climáticas por todo o mundo, com impactos sérios em C. Verde. Temos estado a nos preparar em termos financeiros, para capitalizar ou recapitalizar estes fundos, visando fazer frente a novas emergências que possa surgir”, indica, frisando que, esta é, aliás, uma das razões para a realização deste encontro com os parceiros, que teve como objectivo apresentar o trabalho feito e por fazer, e solicitar o seu apoio, seja a nível de donativos, concessionários ou outros. 

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Questionado sobre os recursos já investidos e por investir, P. Rocha disse ser impossível precisar os valores. Diz, no entanto que, a curto prazo, C. Verde precisa de 35 milhões de euros, garantidos através do Fundo Nacional de Emergência e do Fundo Soberano, montante que está a ser investido na limpeza urbana, reabilitação, recuperação de escolas, infraestruturas públicas e municipais, apoio social e no setor empresarial. “Mas ainda temos necessidade de recursos que rondam mais 20 milhões. E é este gap que nos traz aqui a apresentar aos parceiros aquilo que é o desafio daqui para frente.”

A longo prazo, o Governo terá de investir na construção da resiliência. E isso só será possível com a reestruturação de todo o sistema de drenagem de São Vicente e a construção de infraestruturas mais fortes para enfrentar as alterações climáticas. “Isto é um outro investimento que será de maior dimensão e que se estima a volta de 350 milhões de euros”, avança. 

Por isso a realização deste encontro, que visa também sensibilizar os parceiros para o que há para alcançar, justificar o que foi feito, apresentar o resultado daquilo que já foi feito e que continuaremos a fazer.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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