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Fenómeno atmosférico  em Santiago: Sistema distante provocou propagação apenas da luz

O fenómeno atmosférico verificado na noite de quinta-feira no céu da ilha de Santiago e que provocou reações das mais diversas nas redes sociais é natural, sobretudo para esta época do ano, e tem explicação: sistema distante, refere fonte do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica. Foi mais de uma hora de “espectáculo” de luz, devidamente registado em fotos e vídeos por internautas, que avançaram as mais diversas explicações, incluindo o de “trovoada seca”. 

De acordo com a nossa fonte, que preferiu não se identificar por não estar devidamente autorizado pelo INMG a dar explicação, afirma que, quando se fala em trovoada, refere-se à existência do trovão, ou seja do som e da luz. Mas o que aconteceu é que, no caso da ilha de Santiago, a nuvem que produziu este fenómeno estava muito longo e, por isso, as pessoas viam apenas os raios de luz. 

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“As pessoas viram os raios, mas não ouviram o som porque a velocidade de propagação do som é muito menor do que a da luz. É absolutamente natural porque as nuvens que produziram as trovoadas estavam situadas mais a norte do arquipélago, essencialmente pelos lados de São Vicente e Santo Antão. Por isso, nestas duas ilhas, as pessoas viram e ouviram o trovão.”

Trata-se de um fenómeno recorrente, segundo a fonte, que cita um caso recente verificado na ilha do Sal, em que houve muitos relâmpagos, mas as nuvens estavam muito distantes e não se ouvia o som. “Ontem, o sistema estava posicionado mais a norte do arquipélago e as pessoas, sobretudo na cidade da Praia viam apenas o relâmpago, diferente de São Vicente e Santo Antão em que se via a luz e ouvia o som. Por isso o espanto. Mas não tem nada a ver com trovoadas secas, como alguém falou. As nuvens não estavam carregadas, mas também choveu um pouco,” detalha.

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Porque a noite estava escura, esclarece, os feixes de luz ganharam um brilho mais intenso. “Estamos com uma baixa na altitude na zona norte de Cabo Verde, que é um fenómeno natural para esta época do ano. Acontece com muita frequência também na zona do arquipélago das Canárias por esta altura. Mas em Cabo Verde, porque estamos localizados um pouco abaixo, dificilmente este fenómeno desce até o país, como aconteceu agora”, explica esta fonte, que atribuiu a dimensão dada a este fenómeno às redes sociais. “Transformaram algo natural e frequente em novidade. Têm acontecido várias vezes no país, mas o ser humano tem memória curta e esquece os fenômenos.”

Por isso, entende que não faz sentido a INMG emitir qualquer comunicado explicando o que se passou. Adverte, entretanto, para as necessárias precauções diante das situações de trovoadas, sobretudo em termos de segurança. Por exemplo, abrigar-se quando o barulho do trovão é acentuado, evitar locais elevados, campos abertos ou acima do nível médio das árvores.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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