Ex-edifício do Café Portugal em São Vicente vai sediar Grupo Ímpar

O edifício da Rua de Lisboa em São Vicente onde por largos anos funcionou o Café Portugal, vai sediar o Grupo Ímpar, empresa seguradora e financeira 100% cabo-verdiana. Actualmente a ser reformado, de acordo com o Director Executivo do grupo, Luís Vasconcelos, a traça original do edifício, que tem três pisos e um sótão, será mantida. Ou seja, as remodelações vão concentrar-se no interior, dando modernidade e conforto aos clientes.

“O objectivo dos accionistas deste grupo é a criação e o reforço deste grupo de matriz cabo-verdiana, com epicentro na ilha de São Vicente. Foi aqui que nasceu e está focado. Precisávamos de uma sede condigna. Foi neste sentido que decidimos adquirir este que é um dos edifícios mais emblemáticos da cidade, em pleno coração do Mindelo, na Rua de Lisboa”, justiça Luís Vasconcelos, lembrando que este prédio albergou durante anos o Café Portugal, um dos sítios mais frequentados de São Vicente e com história.

Foi por isso que o Grupo Ímpar decidiu não alterar rigorosamente nada do edifício, mantendo a sua traça original tal como foi construída. “Vamos, no entanto, fazer profundas remodelações no interior, até porque no edifício vai passar a funcionar a sede regional do Banco Cabo-verdiano de Negócios. No primeiro piso teremos uma agência deste banco para prestar serviço à ilha. Mas não vamos fechar nenhuma das duas que já existem. Vamos sim abrir uma terceira agência, reforçando a qualidade e o nível de atendimento”.

Nos dois pisos superiores e no sótão, vão funcionar a administração do BCN, que está baseada em São Vicente e no município da Praia. Sobre este particular, Luís Vasconcelos lembra que o Banco Cabo-verdiano de Negócios é um projecto nacional e o Grupo Ímpar quer, também, contribuir para a descentralização do poder. “Uma questão fundamental e que marca grande diferença é que todas as decisões do grupo são tomadas aqui no país. Esta é uma mais-valia desta empresa que é de matriz cabo-verdiana. Todos os accionistas do grupo são profissionais que conhecem as vicissitudes dos modelos financeiros nacionais. Conhecendo o mercado, automaticamente temos as soluções que melhor se adequam à nossa realidade”, indica.

Para além da sede deste grupo, cuja face visível é a actividade seguradora através do Ímpar e bancária por intermédio do BCN, o edifício vai receber também uma vertente imobiliária. Esta é uma consequência do funcionamento do mercado financeiro e uma forma de dar vazão às acções decorrentes da actividade bancária. Visa ainda a dinamização do mercado mobiliário local. “Uma das contingências do mercado bancário são os imóveis que são recebidos pelos bancos em acções de pagamento. Estes são imediatamente convertidos, através da nossa imobiliária em activos, em negócios e também em soluções para o mercado”, assegura.

Mas o Grupo está também na indústria farmacêutica, tendo em conta que os accionistas da Empresa Nacional de Produtos Farmacêuticos (Inpharma) são os mesmos da Ímpar. Esta também, refere Luís Vasconcelos, uma empresa de matriz nacional, que faz com que Cabo Verde seja dos poucos países que pode se orgulhar de ser independente na produção, no arquipélago, de 35% do total dos medicamentos aqui consumidos.

Constânça de Pina