DS homenageia parceiros no 1º aniversário da campanha de vacinação contra Covid-19 em SV e destaca contributo da imprensa
A Delegacia de Saúde de São Vicente homenageou esta segunda-feira, 21 de março, dia em que se assinala o primeiro aniversario do inicio da campanha de vacinação contra a Covid-19 na ilha, 36 parceiros, entre instituições, estruturas de saúde, serviços, empresas, clínicas e imprensa. Elisio Silva agradeceu o envolvimento de todos para o sucesso em toda a linha desta campanha, que permitiu imunizar quase toda a população de São Vicente, mais precisamente 91,9% da população adulta estimada com a primeira dose, 85,3% com a segunda dose e 32,3 com reforço.
Cruz Vermelha, Câmara Municipal, Forças Armadas, Polícia Nacional, IGAE, Enapor, Medicentro, Urgimed, Copa, HBS, Centros de Saúde, RTC, Mindelinsite, IMP, INDP, Frescomar, Bento, foram algumas das 36 instituições, serviços e órgãos de imprensa agraciados com um Certificado de Agradecimento pelo participação e apoio na campanha de vacinação contra a Covid-19 em São Vicente
Para Elisio Silva, este foi um ano de sucesso a nível da vacinação e também da organização por isso este reconhecimento. Lembra que logo de começaram a chegar noticias da pandemia foi criada uma equipa de crise de Covid-19 com pessoa da delegacia, médicos, assistentes, psicólogos, enfermeiros, nutricionistas e demais técnicos. “Iniciamos do zero, ou seja, não sabíamos nada da doença e sequer ainda havia casos na ilha. Tivemos o primeiro teste positivo e fomos crucificados, inclusive fomos investigados pelo Ministério da Saúde. Mas temos estado a trabalhar e a defender a ilha, junto com os nossos parceiros, Polícia Nacional, Camara Municipal, Cruz Vermelha, entidades religiosas, Ministério da Educação e com a população.”
Nesta altura, afirma, havia casos em outras ilhas e às pessoas que visitavam S. Vicente era exigido um teste negativo. Entretanto, houve um problema no Hospital Agostinho Neto e os doentes que precisavam fazer uma cirurgia eram encaminhadas para o HBS sem testes. “Tivemos igualmente de parar navios provenientes de algumas ilhas onde haviam testes positivos porque S. Vicente não tinha nenhum. Com isso, conseguimos prolongar por muito tempo até termos a transmissão comunitária. Foi um trabalho conjunto da delegacia e dos muitos parceiros, mas também da comunicação social, que esteve sempre atenta, recolhendo noticias através da DS e transmitindo à população.”
Por causa da sua actuação, reconhece que a DS foi criticada, mas também elogiada, o que foi muito positivo porque obrigou os seus profissionais a se empenharem e aprenderem mais sobre a Covid-19. “De facto, a nossa actuação nem sempre foi a mais correta e a critica foi muito boa porque nos ajudou imenso. Sempre que havia uma critica, a equipa da DS tentava procurar formas de melhorar a sua actuação. Sempre escutamos as pessoas e, por isso, conseguimos ir mais além daquilo que pretendíamos”, pontua este médico, que se orgulha hoje de informar que a população da ilha está quase que toda vacinada, principalmente com a primeira e com a segunda dose dos imunizastes disponíveis.
“Temos 91,9% da população adulta vacinada com a primeira dose. Podemos dizer que não faltam muitas pessoas, sobretudo tendo em conta que estamos a utilizar dados do Censo 2010. Sabemos que muitas pessoas saíram da ilha para trabalhar fora então esta população não devem estar na ilha. E temos 85,3% imunizados com a segunda dose, que é de longe superior a média nacional que está nos 70%. Quanto aos adolescentes, temos 85,3% com a primeira dose e 73,7% com a segunda dose. Foi possível porque fizemos grupos e fomos nas escolas e em cada sala de aula.”
Já relativamente a dose de reforço, admite que tem havido problemas. Mas lembra que boa parte da população da ilha teve Covid-19 no surto de dezembro e janeiro último, pelo que muitos estão a espera de completar os três meses para irem vacinar. “Temos equipas da delegacia e dos Centros de Saúde no terreno, indo de porta em porta para vacinar as pessoas, com apoio da Cruz Vermelha, da Morabi e da CMSV. Mas a participação da população tem sido também importante. Tem sido um esforço de todos por isso não podíamos deixar passar este momento sem dar um Feedback e fazer esta pequena homenagem ao que estiveram e estão nesta luta contra a Covid-19”, acrescenta o delegado de Saúde.
Coube a Etelvina Lopes apresentar os dados da evolução dos casos em SV até o dia 18 de março, última sexta-feira. Segundo esta epidemiologista, S. Vicente diagnosticou um total 10183 contágios, dos quais 10083 foram considerados recuperados. Há 18 óbitos por outras causas e 79 por Covid-19 e a ilha tem três activos. Significa que 99% dos doentes conseguiram recuperar, 0,18% morreram por outras causas, 0,78% por causa do vírus e 0,03% activos. “Registamos o primeiro caso no dia 3 de abril de 2020 e só viemos a ter um aumento em outubro. Antes, os testes positivos resultaram de procura activa, ou seja, fazíamos despistagem nas comunidades, nas pessoas evacuadas e que vinham de outras ilhas.”
A transmissão comunitária, revela, foi confirmada em outubro, mas foi em janeiro que se registou o primeiro boom, que resultou das festas de fim-de-ano. Em Maio S. Vicente registaria um novo aumento, que coincidiu com a campanha eleitoral para as legislativas e, novamente em dezembro 2021 e janeiro de 2022, logo após o réveillon e com a entrada da Omicron em Cabo Verde. A situação reverteu-se m março último. Também os óbitos, afirma, seguiam esta mesma tendência dos aumentos de casos.