Diretor da Afrosondagem apresenta queixa às autoridades por ameaças e vandalismo

O director-geral da empresa Afrosondagem apresentou uma queixa às autoridades policiais por ameaças físicas e atos de vandalismo. José Semedo afirma que não vai se deixar intimidar com esta situação, que ocorre num momento em que a empresa tem vindo a produzir e a divulgar dados estatísticos sobre a situação politica, económica e social de Cabo Verde.
De acordo com este responsável, no dia 4 de maio, mais precisamente na noite de sábado para domingo, as janelas da sede da Afrosondagem foram alvo de apedrejamento, tendo danificado parte do espaço da empresa. Semedo explica que, por causa disso, os dirigentes apresentaram uma queixa junto da Polícia.
Dias antes, assegura, já tinham recebido chamadas telefónicas anónimas, com ameaças físicas. “Sem intenção de tirar conclusões precipitadas, não é demais recordar que este grave ato condenável ocorre num momento em que a empresa tem vindo a produzir e divulgar publicamente dados estatísticos sobre a situação política, económica e social de Cabo Verde”, detalha em comunicado.
José Semedo explica que, desde 2002, a Afrosondagem, na qualidade de parceiro nacional da Afrobarometer, produz e divulga dados sobre a qualidade da democracia e da governação em Cabo Verde, com uma periodicidade de dois em dois anos, à semelhança do que ocorre em vários países africanos. Diz ainda que o objetivo, consiste, por um lado, em dar voz aos cidadãos e, por outro, fornecer informações aos diversos stackholders, no sentido de os ajudar na formulação das suas políticas e na produção de estudos académicos.
“As nossas informações têm sido utilizadas constantemente pelos diversos atores políticos, ONG’s, jornalistas, universidades e pelos parceiros bilaterais e multilaterais de Cabo Verde”, pontua, acrescentando que, volvidas mais de três décadas após a realização clãs primeiras eleições livres e multipartidárias em Cabo Verde, com alternâncias de poder a nível central como local, é legítimo se esperar que a cultura democrática se manifeste, não somente na sua vertente formal, mas acima de tudo vivenciada nas relações institucionais e no quotidiano dos cidadãos.
Semedo reitera a firme convicção no compromisso com a verdade e a determinação em continuar nesta mesma senda com o respeito total pela ética e pelos princípios deontológicos que regulam a produção de dados estatísticos em Cabo Verde. E envia um aviso: “tentativas de nos intimidar ou silenciar, não passarão! Não nos vergaremos e seremos intransitivos a quaisquer tipos de ameaças diretas ou indiretas de quem quer que será.”
Em jeito de remate, informa que esta nota de repúdio será enviada aos representantes dos órgãos de soberania, à Autoridade Reguladora para a Comunicação Social, à Afrobarometer e às redes internacionais de sondagem de que a empresa faz parte.