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Covid-19: ME defende encerramento das escolas como “último recurso”

O Ministério da Educação defende que o encerramento das escolas por causa do surgimento de casos de covid-19 na comunidade educativa deve ser o último recurso, tendo em conta as implicações “muito negativas” no ensino aprendizagem. Este posicionamento da tutela surge dois dias depois de o Sindicato Democrático dos Professores (Sindprof) exigir o encerramento das escolas a nível nacional por causa do aumento de casos no último mês.

O ME garante que está a acompanhar a situação epidemiológica do país, tendo em conta a evolução da pandemia em quase todos os concelhos. Diz ainda que as decisões até agora tomada, estão em linha com as orientações emanadas pelo Governo para o funcionamento do ano letivo neste contexto, salvaguardando a segurança sanitária e a proteção dos alunos, professores e demais funcionários. “Infelizmente, alunos de algumas escolas têm sido afetados pela Covid-19, desencadeando a pronta resposta do Ministério da Educação, através das delegações escolares, em sintonia com as delegacias de saúde e autoridades locais”, informa, em comunicado emitido hoje.

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Este alega, entretanto, que o encerramento das aulas tem implicações muito negativas, principalmente no processo de ensino e aprendizagem porque dificulta aos alunos a continuarem o contato regular com os seus professores para a consolidação das aprendizagens. Pode, ainda, comprometer o término deste ano letivo e o arranque das provas gerais internas do 12º ano. Por outro lado, defende, as escolas constituem espaços de segurança para os alunos e professores e têm tido um papel importante na disseminação das informações, no reforço das boas práticas e das mensagens sobre as medidas de prevenção. As escolas passam ainda a mensagem aos alunos de que eles são agentes informativos privilegiados e que devem reproduzir a mensagem e as medidas preventivas em casa e na comunidade.

Por tudo isso, entende o ME que o encerramento das escolas, a nível nacional, deve ser uma decisão de último recurso, esgotando todas as alternativas no quadro das medidas previstas nos planos de contingência das escolas, salvaguardando sempre a saúde dos nossos alunos, professores e colaboradores/funcionários. “O ME irá, nas próximas horas, reunir-se com o Ministério da Saúde para analisar a situação da Covid-19 no país e ajustar as medidas de prevenção, caso for necessário”, pontua, aproveitando para apelar à serenidade e que continuem a tomar precauções, evitando espaços públicos ou aglomerações, assim como cumprir as regras de higiene.

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Na sexta-feira, o Sindprof exigiu o encerramento de todas as escolas do país devido ao agravamento dos casos de Covid-19. Pediu ainda que já é hora de pensar na vacinação dos professores, justificando que grande parte dos docentes padecem de vários problemas de saúde e, por tanto, são de alto risco. “Ontem, 06 de Maio foi o dia com mais casos registados, 417 em todo o país com grande destaque para a cidade da Praia que continua a ser a cidade com mais casos e mais mortos registados. Os casos de COVID-19 nas escolas é uma realidade. Os números não param de crescer. As informações que temos é que são várias as escolas no país, em particular na Praia, onde há um grande registo de infecções”, refere aquele sindicato, numa publicação feita na sua página no Facebook.

Perante este cenário, o Sindprof lançou um apelo às delegações escolares para reverem, junto com as autoridades sanitárias, a situação, alegando que muitos docentes são de alto risco e que a hipótese de transmissão comunitária do vírus é mais frequente entre os alunos. “Voltamos a repetir, temos, neste momento, vários professores e alunos infectados, por isso, como temos vindo a defender, a vida está em primeiro lugar. É preciso agir antes que seja tarde! Sejamos todos responsáveis”, recomenda este sindicato, em jeito de advertência.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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