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Consórcio responsável pela nova marca turística Cabo Verde diz que está a investigar contornos da “utilização” do logotipo nas redes sociais

Consórcio afirma ter realizado uma auditoria em centenas de desenhos de marcas de destinos e consultou o Escritório Europeu de Marcas Registradas para comparar o símbolo com mais de 15.000 logotipos registrados. Acrescenta que o logotipo foi submetido a validação do setor de turismo de Cabo Verde. Um trabalho de 11 meses colocado em causa por uma rápida pesquisa no Google.

O consórcio International Tourism Group (ITG) – formado pelo Tourism Industry Advisors (THR), sediado em Espanha, e pela Black Diamond, com residência no Reino Unido -, responsável pela marca turística Cabo Verde, quebrou finalmente o silêncio sobre o alegado plágio do símbolo. Em suma, informa que está a investigar os contornos do caso e que vai tomar as medidas necessárias para garantir que não haja possível conflito, confusão ou uso do desenho nas redes sociais.

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No comunicado remetido à redação do Mindelinsite, o consórcio começa por se apresentar e divulgar a sua longa presença no mercado internacional. No caso do THR, especifica a nota, esta empresa conta com cerca de 40 anos de experiência no lançamento de destinos turísticos, enquanto a agência Black Diamond soma mais de 20 anos de experiência em branding e desenho de logotipos para destinos turísticos e empresas. Ambos, afirma, pertencem ao consórcio International Tourism Group, que venceu a licitação.

“Durante 11 meses, os consultores do consórcio coordenaram um processo abrangente de compreensão da estratégia da marca, incluindo visitas às ilhas de Cabo Verde, entrevistas com os residentes e operadores de turismo e partes interessadas, tanto em Cabo Verde como nos cinco principais mercados internacionais”, detalha a nota assinada pelo presidente do consórcio, realçando que fizeram, igualmente, uma análise competitiva e benchmarking da marca destino em todo mundo. 

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Como resultado desse processo, escreve Christopher Pomeroy, foi desenvolvida uma estratégia de marketing, que passou o briefing criativo ao estúdio de design Black Diamond para elaborar a representação gráfica da marca. “O conceito Morabeza foi identificado como uma atitude exclusivamente cabo-verdiana em relação a hospitalidade e à capacidade de conexão dos visitantes com o destino, e foi o elemento central a transformar num desenho de logótipo de marca”, alega.

As duas imagens em causa

Durante este processo, sublinha, o consórcio identificou sete diferentes opções de desenhos de marca do destino ao Instituto do Turismo de Cabo Verde (ITCV), acoplando o processo criativo que originou cada desenho. Após consulta direta às partes interessadas, foi então escolhido o referido desenho, por ser o que melhor transmitia a conexão sincera e emocional entre o anfitrião e o visitante. 

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A filosofia da Morabeza foi refletida verbalmente no slogan ‘from the heart’ (do coração) e graficamente por meio das silhuetas das ilhas e dos diversos atributos geográficos de cada uma delas, com cores que representam o mar, a areia, a rocha vulcânica e a vegetação. O resultado é a forma de um coração vibrante e moderno, pulsando com diversidade e calor”, reforça, acrescentando que o desenho do logotipo foi vetorizado e definido pelo estúdio de design Black Diamond, bem como o manual da marca, com as indicações de THR e formatos técnicos necessários para a sua utilização. 

Diz ainda a mesma fonte que o logotipo foi testado em mercados internacionais e submetido a validação do setor de turismo de Cabo Verde. Como parte do processo, o consórcio realizou uma auditoria em centenas de desenhos de marcas de destinos para garantir que nenhum fosse idêntico ao novo logotipo. Consultou ainda o Escritório Europeu de Marcas Registradas para comparar o símbolo do coração com mais de 15 mil logotipos registrados, por forma a garantir que não houvessem desenhos registrados usando elementos idênticos.

Não obstante todos estes cuidados, o THR admite que, depois do lançamento da marca, chegou ao conhecimento da empresa a utilização de logotipo com linhas similares num perfil do Facebook. Por isso, o consórcio está a investigar os contornos da utilização e a tomar as “medidas necessárias” para garantir que não haja possível conflito, confusão ou uso deste desenho nas redes sociais.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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