Colóquio sensibiliza sobre uso abusivo do álcool e apela a defesa da vida
O Presidente da Republica em substituição lançou hoje um forte apelo, a partir da ilha de São Vicente, ao envolvimento institucional e social na defesa da vida, no combate ao consumo abusivo e a dependência do álcool. Jorge Santos, que presidia o colóquio “Alcoolismo, suas consequências para a população e a protecção da saude” que aconteceu durante esta manha no Centro Cultural do Mindelo e que teve como propósito socializar a Lei do Álcool e alertar para os efeitos do consumo abusivo desta que a droga mais consumida no pais, lembrou que o alcoolismo afecta 63,5% da população.
Este colóquio, que acontece em S. Vicente depois da realização de um encontro similar na cidade da Praia, esta associado ao programa de arranque do novo ano lectivo e envolveu toda a comunidade educativa desta ilha, desde alunos, professores, pais e encarregados de educação, que se espera sejam também divulgadores e fiscalizadores da nova Lei do Álcool. Isto porque, segundo Santos, o alcoolismo e um problema transversal a sociedade e atinge a todos, mas principalmente a camada mais jovem. “O alcoolismo e um problema de saude publica e, possivelmente, e a droga mais consumida em Cabo Verde (63,5%), quando a media mundial ronda os 47% da população. E, infelizmente, e uma droga licita”, diz.
Um cenário preocupante que leva o PR em exercício a exaltar as medidas unilaterais adoptadas pela Camara de S. Vicente, que soube interpretar os dados estatísticos do consumo de bebidas alcoólicas nesta ilha e em Cabo Verde. “Foi a primeira Camara a proibir a publicidade de bebidas alcoólicas e a primeira que teve coragem politica e alcance de limitar a sua venda em quiosque, bares ambulantes e roulottes. E tudo isto antes de se aprovar a lei que define o regime de distribuição e consumo de bebidas alcoólicas. São dessas atitudes e acções que a sociedade cabo-verdiana precisa se queremos, de facto, ter cidadãos cada vez mais saudáveis, com hábitos e cultura mais condizentes com os desafios de desenvolvimento nacional”.
Para Santos, o alcoolismo traz consequências negativas para a sociedade, desde logo leva a desestruturação familiar, problemas de aprendizagem, questões de segurança, de entre outros. Apesar disso, deixa claro que o que se quer não e proibir o consumo e nem a relação das pessoas com o álcool, ate porque se trata de um problema pessoal e individual de cada um. Mas cabe a todos velar para se criar um ambiente saudável e fazer a devida prevenção para que o uso abusivo do álcool não continue a crescer. “A Lei do Álcool e estruturante porque permite a mudança de hábitos. Mas, por si so, não resolve o problema do alcoolismo. Por isso, esta focado em areas sensíveis, designadamente na publicidade porque incite o consumo, sobretudo por parte dos mais jovens, e na proibição de venda em tudo o que sejam instituições publicas e privadas de dimensão publica”, assegura.
Do lado da autarquia, Augusto Neves garante que a Camara Municipal esta a fazer a sua parte, sendo que consta do seu plano de actividades, de entre outras medidas, a proibição de publicidade de bebidas alcoólicas, a licença de bares, a implementação da rede social da saude, o Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Droga, este ultimo em parceria com a Delegacia da Saude e o Hospital Baptista de Sousa. “Num pais como CV, cujo crescimento populacional e notório, o aumento das doenças mentais, incluindo o alcoolismo e a toxicodependência, assim como outros aspectos da vida que assolam o pais, torna-se emergentes programas ou medidas capazes de controlar ou pelo menos minimizar factores de risco que minimizam estes males”, justifica o edil, para quem e também necessário combater o estigma que atinge as pessoas afectadas e facilitar o seu acesso as oportunidades, serviços e riquezas do pais.
Ja a Rede Parlamentar População e Desenvolvimento, enquanto parceira do Ministério da Educação na realização do colóquio, recorreu a dados estatísticos para mostrar a situação real de Cabo Verde, pais onde, garante, cerca de 50% dos estudantes, entre os 12 e os 18 anos, admitem ter ingerido álcool pelo menos uma vez. “ O consumo abusivo do álcool, o desemprego jovem, a delinqüência juvenil, a insegurança e a violência continua a ser problemas comuns do nosso dia-a-dia”, constatou, lembrando que a rede que preside, no âmbito dos seus objectivos e das grandes causas, identificou a luta contra o uso abusivo do álcool e outras drogas, a paternidade responsável e a problemática da juventude como sendo algumas das prioridades para esta legislatura e para a sua agenda.
Mas hoje, depois de muitos encontros, visitas, comissões especializadas, acções de recolha de subsídios em sintonia com Comitê de Combate ao Álcool e Droga, campanha Menos Álcool Mais vida, e instituições como a Inspecção Geral das Actividades Económicas (IGAE), esta mais animado e esperançoso, sobretudo depois da da aprovação da Lei do Álcool.
De referir que este encontro contou ainda com a presença do Bispo da Diocese do Mindelo, deputados nacionais e municipais, presidentes das câmaras do Porto Novo e Paul, e um representante da CM da Ribeira Grande, Delegada da Educação, Policia Nacional, Forças Armadas, alunos do ensino básico e secundário, instituições e serviços sediados na ilha.
Constança de Pina