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Cabo Verde ocupa posição 30 em Liberdade de Imprensa no mundo

Cabo Verde ocupa a posição 30 no ranking de Liberdade de Imprensa 2025, divulgado esta segunda-feira pelos Repórteres Sem Fronteiras, com um total de 74,98 pontos. O relatório refere ainda que o arquipélago apresenta uma boa pontuação em todos os critérios avaliados: político (72,56), económico (54,34), legislativo (77,47), social (76,46) e de segurança (94,06).

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Segundo o documento, as agressões físicas contra jornalistas como o aspecto mais visível dos ataques à liberdade de imprensa. Diz ainda que indicador económico continuou em queda e atingiu um nível crítico e, como resultado, a situação da liberdade de imprensa tornou-se “difícil”. “Garantir um espaço de meios de comunicação pluralistas, livres e independentes exige condições financeiras estáveis e transparentes. Sem independência económica, não há imprensa livre,” lê-se no relatório. Este afirma que, quando um meio de comunicação está economicamente enfraquecido, prioriza a corrida por audiência, em detrimento da qualidade, e pode se tornar presa fácil de tomadores de decisão pública.

Para sustentar esta leitura, informa que em 160 dos 180 países analisados pela RSF, os meios de comunicação não conseguem alcançar estabilidade financeira, segundo dados coletados pela organização. Pior ainda, em quase um terço dos países do mundo, meios de comunicação fecham regularmente devido às persistentes dificuldades econômicas. Este é o caso dos Estados Unidos(57º, -2 posições), da Argentina (87º, -21 posições) e da Tunísia (129º, -11 posições).

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Na Palestina (163º), diz, a situação é desastrosa. Em Gaza, o bloqueio imposto há mais de 18 meses por Israel resultou na destruição de redações e na morte de cerca de 200 jornalistas. No Haiti (112º, -18 posições), a falta de estabilidade política também mergulha a economia da mídia no caos. Também os países bem classificados enfrentam dificuldades, caso da Nova Zelândia e África do Sul. 

De acordo com o relatório, nos EUA (57º, -2 posições), onde o indicador económico perdeu mais de 14 pontos em dois anos, vastas regiões estão se transformando em desertos de notícias. “Em 2025, uma nova linha vermelha foi cruzada: a pontuação média de todos os países avaliados caiu abaixo da marca de 55 pontos, caracteriza uma “situação difícil”. Mais de seis em cada dez países (112 no total) viram sua pontuação diminuir no ranking deste ano.”

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Na África Oriental, Uganda (143º), Etiópia(145º) e Ruanda (146º) — encontram-se este ano em situação “muito grave”. Também na África Subsaariana, a liberdade de imprensa sofre um declínio preocupante. “A Eritreia (180º) permanece em último lugar no Ranking. Na República Democrática do Congo(133º, -10 posições) o indicador económico despencou. Cenários similares se repetem em contextos de conflito e instabilidade, como em Burkina Faso (105º, -19 posições), Sudão (156º, -7 posições) e Mali (119º, -5 posições), onde redações são forçadas ao fechamento ou ao exílio,” reforça.  

A Europa, que lidera o ranking, está cada vez mais dividida e os efeitos da crise são visíveis. A Noruega, único país classificado como “boa situação” em todos os cinco indicadores, mantém o primeiro lugar pelo nono ano consecutivo. A Estónia ocupa agora o segundo lugar, seguida de perto pelos Países Baixos, que trocam de posição com a Suécia (4º) e voltam ao pódio.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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