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Cabo Verde está na fase ascendente da epidemia do Covid-19, segundo Artur Correia

Cabo Verde está na fase ascendente da epidemia do novo coronavírus, conforme o Director Nacional da Saúde. Porém, Artur Correia não arrisca dizer se o país já atingiu o pico desta doença contagiosa, afirmando apenas que nos últimos dias foi registado uma explosão de novos casos, sobretudo na cidade da Praia. 

O DNS explica que, das nove ilhas habitadas, em seis não foram detectadas pessoas infectadas. E enfatiza que, nas três ilhas onde há confirmação do covid19, São Vicente regista um único caso positivo e é expectável que continue assim, sobretudo porque, após uma intensa actividade investigativa em termos epidemiológicos, não apareceu mais nenhum caso. Na ilha da Boa Vista contam-se 52 positivos, a maior parte registada num dos hotéis. E, conforme o médico, os dados dos últimos dias não apontam para um agravamento substancial. 

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“Apenas o concelho da Praia é que é preocupante. Mas já era esperado porque é o mais populoso do país. Em termos de Saúde Pública, Praia é responsável por cerca de 50% de todas as doenças e epidemias que atingem Cabo Verde”, refere este responsável, para quem, neste momento, o país está numa fase ascendente da pandemia. Um período que começou há poucos dias com uma explosão de análises positivas a partir de alguns casos já identificados. 

Sobre este particular, Artur Correia assegura que as autoridades sanitárias estão a trabalhar intensamente na identificação e isolamento dos contactos dos indivíduos contaminados por forma a fazer a confirmação o mais precoce possível e assim conter a propagação. Aliás, diz, 80% dos casos  resulta desta procura. “É fruto do nosso trabalho investigativo. Sabemos que, em Saúde Pública, só se conhece a ponta do iceberg, isto é, quanto mais se procura, mais se encontra, quer em relação ao Covid-19 ou outras doenças.”

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No caso desta pandemia, esta procura torna-se mais relevante porque, garante, os estudos indicam que 80% dos casos têm sintomas ligeiros ou são assintomáticos e, portanto, difíceis de detectar. “É por isso que dizemos todos os dias que os casos positivos vão continuar a aparecer. E, quanto mais procuramos, mais vamos encontrar. Mas, existe um limite e, enquanto não o atingirmos, o nosso dever é continuar a procurar esta rede de contactos.”

Correia deixa, no entanto, claro que todo este trabalho pode ser deitado por terra se não houver respeito pelas regras de confinamento domiciliar, não se evitar as aglomerações e se as pessoas deixarem de seguir as regras de higiene individual, familiar e colectiva porque “o vírus não voa.” “É transportado por pessoas.”

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Constança de Pina

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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