Cabo Verde condecora Manuel d’ Novas, Os Tubarões, The Kings e outras personalidades por ocasião do 49º aniversário da Independência
A Presidência da República deliberou condecorar, no quadro das celebrações do 49º aniversário da Independência, os criadores e intérpretes do Cancioneiro da Liberdade que, afirma, ocupam um lugar especial na construção da identidade da Nação. São galardoados, deste modo, Manuel d’ Novas, Daniel Monteiro, Alcides Brito, e os grupos Os Tubarões, The Kings, Kola, Nova Aurora e Kaoguiamo.
Manuel d’ Novas é condecorado, a título póstumo, com a Ordem Amílcar Cabral (2º Grau), por sua contribuição na música e luta pela libertação. Daniel Monteiro, Alcides Brito e Os Tubarões com a Ordem do Dragoeiro ( 2º Grau), pela influência na cultura musical cabo-verdiana, enquanto Os Kings, Kola, Nova Aurora e Kaoguiamo com a Medalha do Vulcão (2 Classe), em reconhecimento ao papel que desempenharam na preservação e promoção da música nacional.
O Decreto Presidencial, datado de 27 de junho, explica que a cultura esteve desde sempre na linha da frente das manifestações a favor da libertação ou, melhor, contra o colonialismo. Exemplifica com o tema “Nôs tormenta tá cabá um dia”, da autoria de Valdemar Lopes da Silva. “As condições de censura, opressão e descaso impostas pelo regime, as fomes, mortandade e doença, agudizadas por longos períodos de ausência de chuva, encontraram nas manifestações culturais – música e literatura – a expressão da revolta, do protesto e da denúncia tantas vezes censurada e violentamente banida.”
A ordem presidencial destaca, em especial, o papel da música, como principal instrumento para despertar a consciência para a Luta da Libertação e ao hastear da primeira bandeira de Cabo Verde, sobretudo no período histórico que antecede a proclamação da independência. Nesta altura, afirma, denunciava-se o sofrimento imposto pelo regime colonial, a pobreza generalizada, entre outros temas.
Com o 05 de julho, prossegue, surge um feliz cancioneiro: “5 de julho, nos camin pa flicidade” e “labanta brasu bo gritá bo liberdadi”. “Ainda hoje, há músicas que naturalmente alegram os corações dos cabo-verdianos em cada celebração do nosso Dia Nacional. São um património histórico-cultural, mas também de muito afecto e identificação coletiva no seio da Nação, nas ilhas e na diáspora.”
Por isso, a decisão de agradecer e celebrar estes criadores e intérpretes que souberam ajudar a construir uma época histórica e o povo a cantar os “eternos e universais” Sons da Liberdade e da Dignidade, remata ainda o Decreto Presidencial.