Banco Mundial destaca sucesso da campanha de vacinação contra Covid-19 em Cabo Verde
O sucesso da campanha de vacinação contra a Covid-19 é destacado pelo Banco Mundial no seu site oficial em uma reportagem intitulada “Combater a pandemia até o último quilómetro – Lições de Cabo Verde”. O texto, que aborda o impacto da pandemia no sector do turismo e no emprego, detalha a esperança dos cabo-verdianos quando surgiram as primeiras noticias sobre uma vacina, os desafios para cobrir um país formado por ilhas e a importância de ter um sistema de saúde forte.
De acordo com a publicação, quando foi atingido pela Covid-19, Cabo Verde fechou as suas fronteiras para evitar a propagação do vírus, o que teve um grande impacto na vida e nos meios de subsistência das pessoas. O turismo cessou e muitos cabo-verdianos perderam os seus empregos. “Quando surgiram as primeiras noticias sobre uma vacina, foi uma esperança para a temporada de verão 2021”, lê-se.
Mas a fragmentação do território, que tem criado questões de conectividade significativas, assim como desafios para a prestação de serviços, levantou muitas interrogações. Desde logo, como entregar vacinas a mais de 400 mil pessoas espalhadas por 10 ilhas. “Graças a um forte sistema de saúde e a uma sólida estratégia de abastecimento, Cabo Verde transformar-se-ia em breve num modelo para a resposta da comunidade internacional à Covid-19 – dando lições sobre como fazer campanhas de vacinação face a muitos desafios”, refere.
Hoje, com mais de 70% da sua população adulta vacinada, Cabo Verde tem a terceira maior cobertura de vacinação contra a Covid-19 na Africa Subsaariana, apenas inferior à duas outras nações insulares: as Seychelles e as Maurícias. “Com o apoio do Grupo Banco Mundial e outros parceiros, doações bilaterais e acordos multilaterais, o país começou a ver um rápido aumento da demanda e entrega de vacinas”, enfatiza, realçando que o país depende fortemente do turismo, que representa 25% do Produto Interno Bruto (PIB), movimenta cerca de 40% da actividade económica geral e responde por 23% dos empregos formais.
Para garantir uma vacinação eficaz e segura e ainda imunizar o maior número possível de pessoas, o Governo estabeleceu uma parceria com o Banco Mundial. Um dos mais importantes componentes subjacentes a esta estratégia foi o lançamento do passe de saúde digital NHA card. Trata-se de uma carteira digital concebida para fornecer às pessoas testes da COVID-19 e certificados de vacinação, assim como o acesso à telemedicina e outros serviços de saúde. Tem sido uma ferramenta critica para ajudar a reabrir o país ao turismo e é reconhecido pela União Europeia.
“O objetivo é integrar outros certificados, por exemplo, para a febre-amarela, bem como consultas e exames médicos além dos da COVID-19”, explica Mayra Silva, CEO do Núcleo Operacional da Sociedade de Informação, empresa que concebeu a aplicação, que espera venha a acompanhar os cidadãos ao longo da sua vida.
O sucesso de Cabo Verde tem duas vertentes: em primeiro lugar, o país já tinha um sistema de saúde que funcionava bem, com um bom historial de vacinação – por isso já era autossuficiente em cuidados de saúde básicos. Em segundo lugar, entendeu que sem controlar a pandemia, não seria possível relançar a economia. “A campanha expandiu-se rapidamente, beneficiando de um aumento no fornecimento de doses como parte de acordos multilaterais e doações bilaterais, incluindo do Banco Mundial”, refere a reportagem, que exemplifica ainda que, como parte da resposta à Covid-19 o BM forneceu US$15 milhões, provenientes da Associação Internacional de Desenvolvimento (AID) para ajudar Cabo Verde a comprar e distribuir vacinas.
Link para reportagem completa: https://www.worldbank.org/pt/news/immersive-story/2022/03/15/fighting-pandemic-down-to-last-mile-lessons-from-cabo-verde
