Amadeu Oliveira foi “libertado” após prestar declarações na Esquadra da PN
Amadeu Oliveira foi “libertado” ontem à noite, após prestar declarações sobre a saída do país de Arlindo Teixeira na Esquadra Especial da Polícia Anti-Crime, informou em mensagem pelo WhatsApp. Este garantiu que foi interrogado pelo oficial Roberto Lima, a pedido do instrutor de São Vicente.
“Informo que acabei de prestar declarações junto da Polícia sobre o caso da saída de Arlindo Teixeira. O interrogatório foi realizado pelo Oficial Dr. Roberto Lima, a pedido do instrutor de São Vicente. Foi um interrogatório muito competente, muito abrangente e completo que incidiu até a nossa detenção pela Polícia Francesa”, refere o advogado e deputado da UCID.
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Oliveira diz acreditar ter demonstrado a hipocrisia que é tentar crucificar os agentes da Polícia de Fronteira que estavam de Serviço no Aeroporto Internacional Cesária Évora, ao invés de se faze averiguação aos juízes do Supremo Tribunal da Justiça, que sabiam da sua intenção de viajar com Arlindo Teixeira.
“Demonstrei as razões porque a Polícia de Investigação Francesa supõe que era desejo de determinados juízes do STJ que Arlindo Teixeira fugisse de Cabo Verde desde meados de 2018, como forma de abafarem o processo e construir uma narrativa de que ele era mesmo culpado até que tinha decidido fugir para França”, detalha.
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Por isso mesmo, a sua convicção de que é uma farsa tentar agora culpabilizar os agentes da PN, quando existem indícios que demonstram que poderia haver interesse por parte do Supremo na fuga de Arlindo Teixeira, como forma de escamotear as fraudes processuais, a inserção de falsidades e os crimes de prevaricação de magistrados.
“Pena mesmo é que nem o MpD e nem o PAICV estejam interessados na verdade e em fazer uma verdadeira reforma da Justiça em Cabo Verde. Lamentavelmente sobra só a UCID e o Partido Popular, que nutrem uma genuína vontade de reforma, mas não possuem o número e nem a força política necessária”, acrescenta.
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De recordar que, a 27 de junho, o arguido Arlindo Teixeira, acompanhado do seu advogado Amadeu Oliveira, saiu do país num voo da TAP com destino a Lisboa, seguindo depois para França, enquanto se encontrava em prisão domiciliaria ordenada pelo STJ a 16 de julho. Já o causídico está a ser julgado por 14 crimes de ofensas a juízes do Supremo, processo que se encontra parado devido à imunidade parlamentar, entretanto levantado.