Alunos e professores criticam suspensão e adiamento das provas nacionais de francês em São Vicente
Os alunos do ensino secundário em São Vicente tiveram as provas nacionais de francês, que deveria ser feita no dia 10, suspensas sem explicação e depois adiadas para o dia 19 do corrente mês. O delegado da Educação, Jorge da Luz, confirma que as provas foram adiadas, mas não adianta nenhuma justificação para esta decisão. Entretanto, off de recorde, a informação que circula nas escolas secundárias da ilha é que os testes não foram enviados da Praia.
Segundo informações avançadas ao Mindelinsite por alunos e professores, as provas nacionais de francês deveriam ser realizadas na segunda-feira, em simultâneo, em todos os estabelecimentos de ensino secundário do país. Na hora prevista, dizem, os alunos e os docentes estavam nas escolas, quando chegou o aviso que não haveria mais testes. Estupefactos, tentaram alguma explicação, sem sucesso. “A única informação que conseguimos é que as provas de francês não foram enviados da Praia para São Vicente. E os alunos foram enviados para casa, devendo regressar na próxima semana para fazer a segunda chamada”, confirmou um docente, que se mostrava agastado com a situação.
Para além do adiamento dos testes nacionais de francês, alguns docentes ouvidos por este online explicam que alunos que frequentam o 10º ano de escolaridade, por causa do novo currículo, estão a ser obrigados a fazer exames nas disciplinas que deixaram para traz no currículo anterior. “Estamos a falar de alunos do currículo de 2002, que estão a ser obrigados a fazer exames das disciplinas que transitaram com deficiência no 9º Ano ano há dois ou três anos. Esta situação está a criar caos nas escolas. Temos pautas todas em vermelho, ou seja de alunos que vão para exame”, desabafam, lembrando que atualmente os discentes têm provas internas e externo. “Os alunos estão desesperados e os professores sequer sabem o que o Ministério da Educação pretende com esta medida, que está a ser aplicada de forma retroactiva. Limitam a dizer que estão a cumprir directrizes da capital.”
Estes docentes denunciam, por outro lado, a realização de provas nacionais, por exemplo de Matemática, com conteúdos que não foram leccionados em São Vicente. “Está tudo muito confuso neste final de ano lectivo. Confundem alunos internos com alunos externos. Temos alunos dos liceus a serem avaliados como externos. As pautas tem mais alunos no exame do que transitados”, reforçam.
Confrontada, a directora da Escola Secundaria Jorge Barbosa limitou-se a dizer que os alunos farão o exame nacional de francês no próximo dia 19 de julho, segunda chamada. “O que posso dizer é que telefonaram da Praia e nos informaram que os alunos farão a segunda chamada na próxima semana. Não nos deram mais qualquer explicação”, confirmou Josina Melício, realçando que o problema abarcou todas as escolas de São Vicente. Sobre o elevado número de alunos no exame, a directora escuda-se na legislação, mas garante que os alunos foram informados. “Os alunos que reprovaram em alguma disciplina no 8º ou 9º ano têm agora de fazer exame. É verdade que estamos a falar de alunos do regime anterior, mas sabiam a priori. E o processo está a decorrer normalmente”, acrescenta.
Mais sucinto, o delegado do ME em São Vicente também não apresenta nenhuma explicação para a suspensão dos testes de francês e a obrigatoriedade de fazerem a segunda chamada no dia 19. “Direi apenas que os alunos farão a prova nacional de francês na próxima semana. Desde sempre havia esta possibilidade de adiar o teste. Está tudo organizado para ser nesta data.”
Apesar da insistência na busca de uma justificação para a suspensão e adiamento do teste para a segunda chamada, Jorge Da Luz disse apenas os alunos farão a prova de francês na data acima referida. Quanto às criticas dos docentes de desorganização e obrigatoriedade de exames, este responsável alega que está-se a cumprir a lei. “Não sei o que os docentes querem dizer quando falam em desorganização. O que posso dizer é que não há desorganização. Muito pelo contrario. O processo está muito bem montado, de acordo com a legislação em vigor no país”, concluiu.