A abstenção UCID da garantiu a aprovação do Orçamento da Câmara Municipal de São Vicente para 2025 na nona sessão da Assembleia Municipal. A proposta inicial era de 1.200 mil contos mas, durante a discussão na plenária, acabou por absorver várias propostas do partido democrata-cristão, o segundo mais votado na ilha, que resultou em um acréscimo de 51 mil contos.
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Depois de dois anos a funcionar com duodécimos, o orçamento da CMSV foi finalmente aprovado com nove votos a favor do MpD, partido que sustenta a câmara, quatro contra do PAICV e oito abstenções, sendo sete da UCID e um do Movimento Independente Más Soncente (MIMS), os três da oposição.
Em declarações ao Mindelinsite, o presidente Augusto Neves explicou que este é um orçamento que foi preparado e pensado na nova câmara que vai assumir os destinos desta ilha após as eleições autárquicas de 1 de dezembro. “Penso que a nova câmara deve entrar com um orçamento, que pode ser ratificado. Não foi fácil preparar este instrumento porque os partidos tentaram por todas as formas deitar abaixo esta câmara. Mas trabalhamos com calma e tranquilidade.”
Para esta aprovação, A. Neves admite que foi preciso absorver algumas propostas da UCID, visando um novo mandato. “As propostas foram aceites. Mesmo assim, a UCID absteve-se, não aprovou. Mas é uma abstenção que garantiu a aprovação. Somos a única câmara a aprovar o orçamento porque somos corajosos. Trabalhamos todos os instrumentos.”
Para o ainda presidente da CMSV, este é um orçamento de manutenção para que a nova equipa camarária tenha alguma estabilidade porque vai ter um ano para o ratificar ou continuar. ‘A nova equipa vai trabalhar com tranquilidade para começar a trabalhar os seus projectos e investimentos, podendo fazer uma ratificação deste instrumento. Será muito mais simples.”
O líder da bancada da UCID justificou as propostas do seu partido como sendo subsídios para fortalecer o orçamento e resolver problemas da ilha de São Vicente. Em jeito de exemplo, Jorge Fonseca destacou a necessidade de regularizar a situação de todos os 2.500 funcionários da CMSV, pediu a retirada dos 10 mil contos destinados a empréstimos de pequeno porte e o aumento do montante destinado à reabilitação de casas de 35 para 50 mil contos. Ainda instou a CMSV a disponibilizar o montante de 15 mil contos para a construção do campo de Ribeirinha e 25 mil contos para a reabilitação dos vários recintos desportivos. Todas estas propostas foram absorvidas.
Na senda habitual, o Flávio Lima destacou as muitas virtudes do orçamento para o desenvolvimento de São Vicente. Já o PAICV voltou a contestar a forma como o documento foi apresentado, com desrespeito pela Lei das Finanças locais e sonegação de informações importantes.