Conferência internacional “Liberdade e Democracia” vai custar 55 mil contos aos contribuintes cabo-verdianos
A conferência internacional “Liberdade e Democracia”, marcada para os dias 8 e 9 de abril num dos hotéis da ilha do Sal, vai custar aos contribuintes cabo-verdianos a módica quantia de 55 mil contos. O evento é organizado pelos gabinetes do Primeiro-ministro e da Ministra da Presidência do Conselho de Ministros, conforme o despacho publicado no Boletim Oficial de 27 de março, e deverá reunir mais de 300 participantes, incluindo algumas personalidades políticas da atualidade.
Para a realização desta conferência internacional, intitulada “Liberdade, Democracia e Boa Governança: Um olhar a partir de Cabo Verde” criou-se uma comissão, com a atribuição de coordenar e organizar todas as atividades e assegurar as melhores condições. Esta realizou uma missão preparatória à ilha do Sal para tratar de toda a logística do encontro, que vai decorrer em uma tenda multiusos com todas as condições, tendo em conta o elevado número de participantes.
Entre os convidados estão o ex-Primeiro-ministro de Portugal, António Costa, o primeiro-ministro de São Tomé e Principe, Patrice Trovoada. Prevê-se ainda apresentar uma mensagem em vídeo do Presidente da Ucrânia, Volodymir Zelenski. Os três políticos vão intervir no primeiro painel sob o tema “Comunicações: Fazendo a Democracia Funcionar”. Já a abertura contará com representantes da União Europeia (UE), do Secretário-geral das Nações Unidas e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), com discurso de abertura feito pelo Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
A tenda, que vai acolher os principais eventos, vai ser montada num espaço adjacente ao Hotel Hilton, infraestrutura que, diz o despacho, possui experiência em acolher grandes eventos, caso da Conferência Económica Africana, Reunião da Comissão Regional da OMT para África e Fórum Mundial sobre Investimento Turístico em África. O hotel possui ainda diversas salas paralelas para a realização de ‘side meetings’, espaço lounge para as altas entidades, sala secretariado e outras valências.
A flexibilidade, praticidade e “racionalização” de custos com a instalação da tenda no terreno adjacente ao Hotel Hilton para montagem da sala de conferência; as condições especiais propostas pelo hotel no que se refere ao alojamento; o aluguer de espaço, serviço de coffee break e cedência de salas para side meetins; a necessidade de se assegurar a cobertura jornalística para a promoção e divulgação do evento a nível nacional e internacional são os argumentos apontados para a escolha desta unidade hoteleira.
A organização destaca, igualmente, os custos com bilhetes aéreos e alojamento dos oradores e moderadores, com o mestre de cerimónias, serviço de transferes e acolhimento, serviço de uma clínica mais próxima ao local do evento para prestar assistência médica e medicamentosa. Ainda: a aquisição de outros bens e serviços não especificados e que se revelem necessários para a realização do evento para justificar as elevadas despesas. “Autoriza-se a realização de despesas com a contratação de bens e/ou serviços necessários para o evento até o montante máximo de 55 mil contos”, refere.
Da agenda de trabalhos desta conferência constam ainda os temas “Democracia e Estado de Direito” e “Democracia e Liberdades Religiosas”. Estão previstos ainda debates sobre a promoção da integridade de informação, promoção da boa governança e transparência na gestão da dīvida pública. Para o segundo dia está prevista a apresentação de uma “Declaração de Cabo Verde”.
Relativamente a cobertura informativa do evento, foram escolhidas as empresas Agência Cabo-verdiana de Imagens (ACI), Televisão Africana (TVA), Expresso das Ilhas e Televisão Cidade de Santa Maria (TVSM). Todos os restantes órgãos de comunicação social ficam de fora, sujeitos a notas de imprensa.
