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Dezesseis filmes cabo-verdianos na Mostra de Cinema Africano de Salvador da Bahia 

Dezasseis filmes cabo-verdianos, quatro angolanos, dois moçambicanos e um da Guiné-Bissau estão no Kaoguiamo – Mostra de Cinemas Africanos do XIX Panorama Internacional Coisas de Cinema que começa esta quinta-feira, 14, em Salvador da Bahia, Brasil. A programação tem obras dirigidas por Tambla Almeida, que integra o júri da competitiva do festival, e outros quinze cineastas, reunindo documentários, ficções e produções experimentais.

De acordo com o jornal brasileiro online A Tarde, a mostra foi batizada em homenagem ao grupo musical formado por imigrantes de Cabo Verde, Guiné, Angola e Moçambique que viviam em Paris e usavam a música na luta por seus locais de origem. Kaoguiamo é um nome formado a partir das iniciais dos quatro países – Kao (Cabo Verde); Gui (Guiné), A (Angola) e Mo (Moçambique) com Tambla Almeida, director do Festival Nacional de Cinema e Audiovisual de Cabo Verde – Oiá, a responder pela curadoria da mostra. Ele que também vai apresentar diversos curtas de sua autoria ao público baiano.

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As filmagens foram em São Vicente mas a história passa-se em Santo Antão , com único ator no elenco, “Uleme” conta a história de Blimunde, um boi-gente que sofre os tormentos da seca, da partilha de água e do isolamento. Já “D de Eficiência” traz o lado documental de Tambla, através do registro dos estudantes do ensino especial em Cabo Verde, que rompem barreiras, pessoais e sociais. “A Kaoguiamo apresenta produções da também cabo-verdiana Claire Andrade-Watkins, a exemplo do documentário ‘Some Kind of Funny Porto Rican?’, no qual a diretora, que também possui origem americana, expõe a tragédia vivida por uma comunidade de imigrantes de Cabo Verde em Rhode Island, nos EUA”, refere.

De Angola chega Ery Claver com o experimental “A Luz no Quarto era Vermelha porque não Existia Amor”. O filme segue intimamente duas figuras femininas, que por vezes parecem incorpóreas, contrariando a imagem tradicional de sensualidade e desejo do corpo feminino. Há dois anos, ele realizou seu primeiro longa-metragem: “Nossa Senhora da Loja do Chinês”.

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A Mostra de Cinemas Africanos apresenta ainda curtas dirigidos por Helder Doca, Carlos Yuri Ceuninck, Mário Cabral, Patricia Silva, Nennas Almeida, Nuno Pina, Celeste Fortes, Edson Silva, Evan Claver, Douglas Condzo, Papé di Nha Raça e Wilford Machili. A par do cinema, haverá um show com a cantora brasileira Karina Buhr, no Terraço do Cine Glauber Rocha, integrando a programação musical do Panorama, que termina no dia 20 de março. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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