A Associação Regional de Desporto Adaptado de São Vicente (ARDA-SV) está descontente com a exclusão dos alunos com necessidades especiais da Olimpíada Regional do Desporto Escolar, que terminou este fim-de-semana com a realização de uma gala para premiar os atletas que vão representar a ilha na segunda edição da prova a nível nacional, no Sal. A ilha de São Vicente vai marcar presença nesta competição, que acontece de 22 a 28 de março, com uma delegação de 80 elementos, entre atletas, professores e organização.
Helder Pio mostra-se triste com a “discriminação” porquanto, afirma, todos os cinco liceus de São Vicente têm alunos com necessidades especiais. “No ano passado, na qualidade de presidente e secretário-geral da ARDA-SV, levei uma proposta ao delegado do Ministério da Educação, onde mostrava a nossa disponibilidade para apoiar os jogos escolares entre alunos com necessidades especiais. É conhecido o trabalho que a nossa associação tem vindo a fazer a nível do desporto adaptado. Mas a nossa proposta não foi tida em consideração. Onde está a inclusão nas escolas? Ou será que a inclusão de que o Governo fala está só no papel”, desabafa este líder associativo.
Os jogos escolares do ensino secundário, afirma, vinham decorrendo desde 13 de janeiro e abarcou as cinco escolas secundárias da ilha. Quase todas as modalidades estiveram em competição, desde atletismo, volei de praia, basquetebol (3×3), andebol e futsal, tanto no feminino como no masculino. “Participaram cerca de 300 jovens nas competições. Infelizmente nenhum com necessidades especiais. No sábado realizou-se uma gala para premiar os vencedores. E São Vicente está nas provas nacionais com uma caravana de 80 elementos, entre atletas, docentes e organização”, frisou.
Tentamos ouvir o delegado do Ministério da Educação ou, em substituição, o responsável local pela realização da Olimpíada Regional do Desporto Escolar, mas tal não foi possível. Entretanto o Governo de Cabo Verde, através do Ministério da Educação, informa que este evento desportivo e educativo levará à ilha do Sal 108 professores/treinadores, 34 árbitros, 10 chefes de missão e 10 chefes de delegações escolares, totalizando 751 participantes. Durante quatro dias, os atletas vão competir nas modalidades de atletismo, andebol, futsal, basquetebol 3×3 e xadrez, envolvendo alunos da faixa etária até aos 16 anos. Curiosamente, na nota, o Governo refere a competições de desporto adaptado.
“As Olimpíadas do Desporto Escolar, evento que conta com a parceria técnica do Instituto do Desporto e da Juventude, têm como propósito aumentar a participação dos alunos em actividades desportivas nas instituições de ensino públicas e privadas de todos os concelhos do país. Pretendem ainda promover a ampla mobilização da população estudantil em torno do desporto e estimular a prática da actividade física como meio de promoção do sucesso dos alunos, de estilos de vida saudáveis, de valores e princípios associados a uma cidadania activa”, lê-se na nota, que sublinha que, ao se educar os adolescentes e jovens por meio da prática desportiva escolar, está-se cada vez mais a difundir e reforçar a construção da cidadania e dos valores do desporto.
As Olimpíadas do Desporto Escolar decorrem no âmbito de um protocolo assinado entre o Ministério da Educação e o IDJ, visando aumentar a participação dos alunos em actividades desportivas nas instituições de ensino públicas e privadas dos concelhos do país e promover a ampla mobilização da população estudantil em torno do desporto. É um evento previsto no programa de actividades do Desporto Escolar, que resulta da realização de Jogos Escolares Regionais.
No ano passado, as Olimpíadas do Desporto Escolar aconteceram na Cidade da Praia, entre 27 de março e 02 de abril, e contaram com mais de 400 alunos de todas as escolas do país.
Fotos disponibilizados pela ARDA – SV