Antero Oliveira confirma estar sem diabetes e disponível para ajudar outros doentes
Antero Oliveira, paciente identificado pelo médico João Soares com diabetes, confirma que conseguiu estrangular a sua doença, com recurso a dieta com exclusão de carboidratos, conjugado com exercícios físicos e natação. Com os exames nas mão para atestar a sua atual condição, diz-se disponível para partilhar a sua experiência e ajudar outros doentes.
Diagnosticado há quatro anos, Antero Oliveira, 63 anos, explica que, de inicio, fez o tratamento convencional como todos os diabéticos de São Vicente, conforme indicação do seu médico. Mas nunca aceitou receber insulina. “Não aceitei insulina porque, apesar de na altura ser ignorante na matéria, lembrei uma conversa informal que tinha tido há mais de dez anos, no Café Lisboa, em São Vicente. As informações ficaram no meu inconsciente. Também lidei com o meu pai e minha mãe, que eram diabéticos. Por isso, decidi não fazer o controlo da doença com insulina”, declarou.
No dia em que recebeu o diagnostico da sua doença, conta, foi um “balde de água fria” porque a doença era vista como um atestado de óbito. “Lembrei da minha conversa com o Sr. Soares. Lembrei que ele defendia uma alimentação a base de proteínas e gorduras. Decidi aprofundar o assunto e encontrei um outro médico, de nacionalidade brasileira, que defendia os meus princípios”, refere Oliveira, para quem ser medicado para remediar a situação e não resolvia e não era suficiente.
“Decidi tentar controlar a minha diabete via alimentação. E hoje posse dizer sem qualquer dúvida que a diabete é uma doença nutricional e, como tal, se fecharmos as portas aos alimentos prejudiciais, a glicemia recua. Foi o que aconteceu comigo”, indica, destacado que, em 2018, o seu nível de glicemia estava em 218. “Na altura, começava a me provocar outros problemas de saúde. O valor, 218, não é muito elevado mas, no meu caso, estava a ser mais prejudicial, por exemplo, que um valor de 300 em uma outra pessoa. O meu organismo não está talhado para viver com altos valores de glicemia.”
Inconformado, Antero conta que começou a aplicar todos os conceitos que tinha apreendido. Cortou os carboidratos simples: batatas, farináceos (trigo, cevada e centeio), e eliminou a aveia. “Hoje, graças aos meus conhecimentos, fico chateado quando vejo alguns médicos a aconselhar os pacientes a aconselharem os pacientes a comerem três fatias de pão integral de manhã e de tarde, sendo que o trigo contém um açúcar com um valor glicémico elevado. A amelopectina B tem um índice glicérico de 72, enquanto que o açúcar refinado de ganha tem apenas 59. Mesmo assim os médicos continuam a recomendar o consumo de pão integral ou de pão de sete sementes. É inaceitável.”
Todo o doente diabético, diz de forma contundente, deveria suspender o consumo de trigo. “Deve substituir o trigo por proteínas e gorduras saudáveis, desde o azeite de oliveira e óleo de coco extravirgem. No caso do azeite, tem de ser prensado a frio, guardado em frascos escuros e ser extravirgem. Pode ser encontrado no mercado. Nenhum tipo de azeite em lata é bom para um diabético. Sigo todas as instruções de forma rigorosa. Todos os dias, cerca de 1h30 depois das refeições, meço o meu valor glicémico. Aliás, estou sempre com o meu glicosímetro nas mãos. É comer e testar.”
Hoje continua a seguir uma dieta sem carboidratos. “É uma luta diária. Não posso encontrar um grupo de amigos e sentar numa mesa para comer moreia frita cerveja, sendo que não sei quantas vezes o óleo foi usado. Não posso comer qualquer coisa e nem qualquer comida. Quando estou fora de casa, tenho o cuidado de conversar com os donos dos restaurantes. Não sigo uma dieta cetogénica porque consumo algum carboidrato. Por exemplo, em casa, consumo folhas – couve, brócolos, couve de Bruxelas, quiabo. São produtos com pouco carboidratos. ”, informa este cidadão, que diz ter sido alvo de cepticismo e troça por parte dos médicos quando os informou que “curou” a diabetes.
Entusiasmado com a evolução positiva da sua doença, Antero Oliveira garante que têm ajudado uma irmã, também ela diabética, cujos exames mais recentes mostram um recuo da doença para valores de 5.2. “Tem um outro individuo, aqui em São Vicente, que no dia 16 de janeiro deste ano foi enviado para casa para morrer por causa de complicações da diabetes. Como o seu irmão foi meu colega de tropa e tinha me ouvido falar do meu caso, ele me contatou e iniciamos uma intervenção com ele. Cortamos os carboidratos simples que ele consumia e, na mesma semana, ele começou a apresentar melhorias.”
Este resultado o entusiasmou a continuar a partilhar a sua experiência. “Ainda encontro muita maldade. Mas estou disponível para ajudar quem se mostrar interessado. Infelizmente, a diabetes não é uma doença para pessoas com fracos recursos. Exige dinheiro para a alimentação e para a suplementação.”