Faleceu na noite de segunda-feira na sua casa em São Vicente Adelino Sousa Duarte, mais conhecido por Sr. Didi, após alguns dias acamado. Tinha 87 anos e era muito conhecido em toda a ilha, mas também no resto do país, por seu trabalho durante longos anos como técnico-adjunto do Centro de Sangue do Hospital Dr. Baptista de Sousa, mas também como desportista e árbitro.
Emocionada, a filha Lívia Duarte conta que nos últimos dias o pai começou a apresentar alguns problemas de saúde, muito por conta da idade, que culminaram com a sua morte na noite de segunda-feira. “Meu pai era uma pessoa que veio da pobreza, mas conseguiu estudar dentro das dificuldades e formou-se enfermeiro. Trabalhou durante muitos anos no centro de sangue, desde a sua montagem em 1956. Em S. Vicente e nas demais ilhas era muito conhecido como Sr. Didi do Centro de Sangue porque era o faz tudo, fazia análises de sangue, transfusões e outros. Era muito querido”.
Sobre Sr Didi, escreveu o conhecido Dr. Rosário que ele entrou para o Centro de Sangue como contratado na qualidade de auxiliar de técnico de sangue. Trabalhou com os médicos portugueses e, após a saída destes, assumiu em definitivo o serviço. “O Centro de Sangue teve vários directores. Eram médicos designados para tal função, como aconteceu com o Dr. Morais, Dr. Santa Rita, Dr. Teixeira de Sousa e outros e que funcionavam como cúpula do serviço, mas o trabalho de base pertencia ao Sr. Didi”, disse.
Este conceituado médico disse ainda que o Sr. Didi exercia a sua profissão com um alto sentido de responsabilidade, elevado grau de profissionalismo, um sentido de bem-servir e ajudar o próximo. Este empenho valeu-lhe um galardão atribuído pela Câmara de São Vicente, como reconhecimento pelo serviço prestado à população desta ilha durante o período que esteve à frente do Centro de Sangue. Foi também destacado pela Clínica Sameg, junto com a esposa, por “uma vida dedicada à saúde”.
O sr. Didi também se destacou no desporto. Foi presidente do Castilho, jogador de ténis e árbitro de futebol. “Dentro da sua humildade, o meu pai deixou a sua marca. Foi um árbitro conceituado, jogou ténis, era um defensor acérrimo do Castilho. Temos muito orgulho do nosso pai. No plano político, foi militante do PAICV, desde antes da independência, desde quando residia na Ribeira Bote. Só muito tempo depois é que fomos morar na Rua de Coco”, acrescentou Lívia
O funeral realiza-se amanhã, quarta-feira. Aos oito filhos e à esposa, as mais sentidas condolências.