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Sem espaços públicos de lazer, boavistenses apelam ao resgate do “Campo Dká Gadji”

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Sem espaços público de lazer na Boa Vista – a praça e o parque infantil de Sal-Rei estão em obras sem data para terminar -, os boa-vistense pedem as autoridades locais e nacionais que restituem aos moradores o Campo Dká Gadji, um dos poucos espaços livres que, dizem, foi entretanto vendido à um privado. Esta informação foi avançada ao Mindelinsite por Emiliano Santos, que revela a intenção das pessoas de subscrever um abaixo-assinado para ‘apertar’ quem de direito.

De acordo com este cidadão, que se intitula porta-voz de um grupo de boa-vistenses descontentes, há algum tempo que algumas pessoas vêm ponderando fazer este desabafo porque, afirma Emiliano Santos, são muito poucos os espaços públicos ainda disponíveis na ilha das Dunas. “Os sucessivos presidentes da Câmara Municipal têm vindo a vender os espaços públicos, sendo o mais recente o Campo Dká Gadji. Pelo menos, fomos informado que este espaço já está na tutela de uma sociedade de amigos. Nós os cidadãos denunciamos e manifestamos a nossa indignação porque neste momento estamos em uma situação complicada. A praça e o parque infantil da cidade de Sal-Rei estão em obras. Infelizmente, há 3/4 anos a praça está completamente quebrada e não há previsão de término.”

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Por ocasião das festas do município de 2023, explica, a própria CM da Boa Vista viu-se obrigada a usar o Campo Dká Gadji para concentrar as actividades alusivas porque não havia nenhum outro. “A nossa indignação é porque venderam este espaço, sendo que, pelas informações avançadas por um anterior edil era de que este era para construir uma praça. Era um espaço público, que agora é privado e, de hoje para amanhã, possivelmente vai ser para construir algum hotel ou outro investimento, ficando a população sem qualquer lugar de lazer”, desabafa Emiliano Santos, para quem resta neste momento à população um pequeno corredor atrás da alfândega apelidado de “pracinha d’ catchor.”

É o único lugar, diz, onde as pessoas, sobretudo crianças e velhos pode sentar para desfrutar um bocadinho, sentado em um banco. Por isso, garante, estão prontos para fazer um abaixo-assinado para resgatar o terreno do Campo Dká Gadji, que neste momento é privado, e transformá-lo num espaço público. “O lugar dá para construir um excelente espaço de lazer  e cultural. Foi utilizado nas atividades municipais. É dolorido que seja propriedade de um privado. Por isso, estamos prontos para fazer qualquer coisa para o resgatar. Pedimos às autoridades locais que localizem nos planos municipais se o terreno está, de facto, sob a tutela de um privado e o que a CM pode fazer para o reaver.”  

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A concretizar,Emiliano Santos sugere a sua transformação em uma praça ou uma zona de lazer para acolher pessoas com mais idade, onde se pratica desporto, entre outras atividades. “Na Boa Vista temos apenas o ‘Arsénio Ramos’ e alguns campos de futebol, sobretudo no interior da ilha. Enquanto que no centro de Sal-Rei temos um polivalente e um polidesportivo, que as pessoas pagam para usar. Temos muitos jovens com vontade de praticar desportos, mas faltam espaços. É isso que estamos a reivindicar, espaços onde as pessoas podem sentar para relaxar, para jogar, fazer ginastica, etc” 

Neste momento, garante, as famílias estão encurraladas dentro das suas casas à espera que os políticos venham bater nas suas portas a pedir votos novamente. Até lá, concluiu, seria bom que o Governo Central, na pessoa do Ministro das Finanças e do Primeiro-ministro esclarecesse a população sobre o montante de 200 mil contos prometido para conclusão da praça. “Caso precisarem de transporte para trazer o dinheiro, estamos disponíveis para selar e enviar um burro à cidade da Praia para facilitar o processo e trazer a verba para concluir a praça”,  finalizou em tom irônico. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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