Foram ontem empossados no Mindelo os órgãos regionais de Barlavento da Ordem dos Enfermeiros, numa cerimónia presencial e online testemunhada pelo Delegado da Saúde, Elísio Silva, pelo Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Anicete Santos, representantes de clinicas privadas, professores da Escola de Enfermagem, enfermeiros aposentados e no activo. Para o presidente da mesa da Assembleia Geral Nacional, Carlos Feliciano, este acto histórico representa um culminar de um longo processo que coloca os enfermeiros a “sonhar”.
Depois da criação no dia 16 de abril da Ordem dos Enfermeiros de Cabo Verde, a posse dos órgãos regionais fecha um circulo, que iniciou com a instauração de uma comissão instaladora que liderou este processo, segundo a porta-voz, de forma incansável para cumprir os objectivos traçados. “Esta comissão despede-se com a sensação de dever cumprido, abrindo o caminho para uma equipa renovada, que traz consigo experiência e conhecimento para fortalecer esta ordem profissional”.
Seguiu-se o empossamento da mesa da Assembleia Regional de Barlavento – enfermeiros José de Pina (Presidente), Dinora Pires (Primeira Secretária) e Sónia Rosa pelo presidente da mesa Assembleia-Geral Nacional, Carlos Feliciano. Esta, por sua, deu posse aos restantes órgãos: Conselhos Directivo Regional encabeçado por Iria Santiago, Jurisdicional por Marcelina Monteiro, Fiscal por Otília Duarte e do Conselho de Enfermagem Regional. Este último composto pelas enfermeiras Maria do Céu Querido, Janete Mota, Cleida Gomes, Lizuneida da Luz, José dos Santos, Silvana Gomes e Erickson Tavares.
Em nome dos colegas, Carlos Feliciano festejou a criação da primeira Ordem dos Enfermeiros estruturada para a classe dos enfermeiros, dirigida por Anicete Santos, cujo programa de mandato considerou ser ambicioso. “Acho que três anos não será suficiente para se cumprir este programa porque é ambicioso, que me pôs a sonhar. Arrumar a casa, os membros e tudo para que seja produtiva vai demandar algum tempo. Este programa pôs-me a sonhar com a empregabilidade dos enfermeiros. Como costumo dizer, somos muito poucos em relação ao sistema de saúde em Cabo Verde. Somos 1.4 enfermeiros por mil habitantes, quando devia ser no mínimo dois por mil habitantes”, referiu.
Para este enfermeiro, é preciso pensar a empregabilidade a nível dos hospitais e das instituições, mas também das demais componentes do sistema, designadamente das evacuações, trabalhar e equipar de forma permanente os militares da Guarda Costeira. “Não podemos esquecer que Cabo Verde é 99% mar, este o território onde muitas actividades se passam. O nosso país assinou a convenção dos direitos do mar. Isso significa muito, por exemplo em termos de cobertura de riscos dos barcos que sulcam as nossas águas”, exemplifica, realçando que a economia de Cabo Verde está no mar.
Mas, entende Feliciano que os enfermeiros precisam estar bem preparados, trabalhar em simuladores e câmaras hiperbáricas – que o país não tem -, por forma a cobrir os riscos a nível das actividades marítimas, por exemplo. Tudo isso para concluir que Cabo Verde precisa de uma câmara hiperbárica para realizar procedimentos e protocolos no que diz respeito a economia turística, que representa actualmente 21% do Produto Interno Bruto. “Uma parte deste dinheiro deveria ser canalizada para a política da saúde, mais precisamente em enfermeiros com formações especificas. O turismo é o cartão de visita do país.”