A passista Wendy Simone conquistou o título de rainha da bateria do Carnaval de São Vicente 2023, destronando a carismática Andreia “Brodjinha” Gomes que levou a coroa nos dois anos que antecederam a pandemia da Covid-19. Ao Mindelinsite, Wendy expressou a sua enorme alegria e garantiu que esta distinção é resultado de anos de trabalho, que foram agora reconhecidos pelo júri e o público.
“Sinto-me muito feliz e realizada com esta vitória. Foi o meu primeiro ano como rainha de bateria do grupo carnavalesco Monte Sossego, mas este prémio é resultado muitos anos de trabalho e que agora foram reconhecidos. Em Monte Sossego, zona onde tenho as minhas raizes, todas as pessoas já me conhecem e sabem do meu trabalho árduo. Sabem que estou no Carnaval há muito tempo. Não é algo de agora”, afirmou.
E, de facto, Wendy dançou e cantou ao longo de todo o percurso, mostrou um grande entrosamento com a BAC (Bateria Anti-Crime) do Monte Sossego – sob a batuta do maestro Edir Brito – que, por diversas vezes, se abaixou para permitir a passista mostrar o seu show. Por isso mesmo, se antes do anúncio muitas pessoas acreditavam que Brodjinha seria a escolha natural, depois aplaudiram a escolha do júri. No entanto, houve também quem considerou que a passista do Cruzeiros merecia o “tri”.
Milla Diogo, que também tinha elevadas expectativas, acabou por se sentir prejudicada, segundo ela, pela organização do Carnaval, que apressou o grupo Flores do Mindelo na Rua de Lisboa e em frente ao Palácio do Povo e não permitiram que ela apresentasse a sua performance. Já Sallete Rocha esforçou e cumpriu a promessa de “colocar toda a sua energia no desfile do Estrela do Mar” mas, possivelmente terá sido prejudicada pelo grupo, que foi penalizado pelo atraso e por falhas nos carros-alegóricos.
No término de mais um Carnaval, o edil da Câmara de São Vicente afirmou que o seu sentimento é de dever cumprido. Augusto Neves aproveitou para agradecer a população de São Vicente que, afirmou, teve uma participação muito boa. Agradeceu igualmente os responsáveis dos grupos carnavalescos que trabalharam com “muito sacrifício” para apresentar um bom produto e ainda os júris que, revelou, trabalharam durante a noite de terça-feira e meio-dia de quarta-feira para atribuir os resultados.
Satisfação. Era este também o sentimento do presidente da Liga Independente dos Grupos Oficias, que disse ter atingido os objectivos pretendidos. “O nosso objectivo era levar o Carnaval para o período da noite e conseguimos. Todos os grupos desfilaram nas mesmas condições e é uma alegria estarmos aqui a ver hoje a premiação. Fizemos um trabalho que acreditamos foi satisfatório, agora é a população que avalia. Mas, na minha opinião, entendo que o Carnaval devia manter-se à noite.”
Relativamente a falta de estaleiros, uma reivindicação reiterada pelos grupos carnavalesco, Marco Bento reconheceu que, se estes tivessem espaços próprios, o produto apresentado seria ainda melhor. Deixou claro, no entanto, que este é um aspecto que não depende da Liga, que podem fazer esta reclamação chegar às entidades que apoiam o Carnaval, no caso a CMSV e o Governo, através da tutela da Cultura.
De referir que este ano, ao contrário dos anteriores, a premiação do Carnaval de São Vicente foi mais tranquila, isto é, não houve os habituais atritos e briga que se arrastam por vários dias.