Mitu Monteiro defende “atitudes e comportamentos” para cuidar e proteger o mar
Mitu Monteiro, kitesurfista e campeão do mundo, que já foi campeão do mundo, acredita que atitudes e comportamentos são mais importantes do que grandes investimentos financeiros para proteger os mares de Cabo Verde. Para isso, afirma, é preciso começar desde a raiz, investindo na sensibilização das crianças, seja nas escolas, através das songs, de programas educativos na televisão ou de mensagem neste sentido.
Este kitesurfista, que participou hoje do último painel na Cimeira do Oceano na cidade do Mindelo, confessou que é uma honra estar presente neste importante evento, sendo que a sua vida é 100% a volta do mar e dos oceanos. “Acho que é muito importante começarmos a preservar e cuidar dos nossos mares. As vezes é preciso pouco, basta uma palavra ou uma mensagem à uma criança para estarmos a dar um grande contributo para a preservação dos oceanos.”
Mas esta não deve ser responsabilidade apenas do governo. Ao contrário, é um trabalho de todos. “Se cada pessoa fizer um bocadinho, iremos ter um oceano mais limpo e peixes mais saudáveis. As pessoas não sabem, mas actualmente há muito microplástico nos oceanos, que são consumidos pelos peixes e, depois, por nós. É preciso sensibilizar as pessoas para recolherem sacos de plástico e garrafas de qualquer lugar porque podem ser levados pelo vendo para o oceano e depois para o nosso estômago. Ainda é preciso fazer muito para proteger os nossos oceanos.”
E não é preciso esperar por recursos financeiros para isso, diz o kitesurfista, para que, se cada pessoa fizer a sua parte, já está a ajudar. “No meu caso, dependo do vento para praticar o meu desporto. Mas cada ano percebemos que as tempestades de setembro começam a aparecer mais em Cabo Verde. Temos de começar a preocupar porque o oceano é uma parte fundamental para o nosso país. Somos ilhas rodeados de mar, então temos de cuidar deles”, acrescentou Mitu, que na sua intervenção tentou sensibilizar as pessoas para os cuidados e a proteção do mar.
É que, segundo Mitu, se hoje é campeão do mundo e conseguiu muitas outras conquistas, foi graças ao oceano. Mas, como ele, há outras pessoas que dependem do vento, caso por exemplo dos taxistas. É uma classe profissional que, afirma, não entende nada do kitesurf, mas sabe que quando há vende consegue ganhar algum dinheiro. “Somos um país que depende do turismo. Temos por isso de cuidar do ambiente e proteger o clima. Também temos de continuar a fortalecer a nossa morabeza.”
Mas, para melhores resultados, este acredita que é preciso começar a sensibilização desde cedo, com as crianças. São elas que depois vão envolver os seus parentes e adverti-los para não descartar o lixo no chão. “Ainda vamos a tempo de ter um futuro melhor. As escolas, a televisão, as organizações da sociedade civil e as personalidades devem passar esta mensagem porque podem transformar a vida de uma criança, que amanhã vai ser o futuro destas ilhas. Uma palavra pode tocar uma criança.”