A administradora-delegada da Feira Internacional de Cabo Verde, Angélica Fortes, faz um balanço “extremamente positivo” da IX edição da Feira das Actividades Ligadas ao Mar (Expomar). Já os expositores mostram-se divididos quando ao impacto do evento, para uns foi uma boa oportunidade para divulgar os seus produtos, enquanto outros lamentam a pouca adesão do público.
Pouco antes do encerramento desta feira temática sectorial e num breve balanço à imprensa, Angélica Fortes destacou a participação dos expositores, na sua grande maioria pequenos empreendedores, lembrando que o objectivo que norteia este evento é a promoção de negócios. “Nestes três dias houve uma grande adesão de visitantes, houve contactos importantes e concretização de negócios”, declarou, citando o exemplo de uma empreendedora que comercializa produtos de pesca que, nos três dias, conseguimos vender motores, linhas e muitos acessórios de pesca.
Em termos de participação, a administradora-delegada destacou a presença de empreendedores de São Vicente e de outras ilhas, mas também de outros países, caso de um grupo de empresas vindas da Espanha de propósito para estar na Expomar. “São empresas ligadas ao sector marítimo e que fazem questão de estar sempre aqui connosco. Em termos de novidades, tivemos a presença de empresas que nunca antes participaram e também algumas associações do sector, nomeadamente das peixeiras de São Vicente, a quem foi dada a oportunidade de gerir a praça alimentar.”
Enquanto ainda se “fecha os relatórios da IX da Expomar, já se perspectiva a próxima edição embora, segundo Angélica Fortes, min não se tenha uma data. Mas, pela importância que esta feira para o sector, a sua continuação é uma certeza. Antes, mais precisamente em novembro próximo, os pavilhões da Enapor em SV vão receber a próxima edição da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC 2022).
Já os expositores fazem leituras diferentes. Por exemplo, Hirondina Sousa, em representação da empresa de acessórios de pesca e agricultura SAT, com sede no Mindelo e presença fixa em todas as edições da Expomar, considera que esta foi a feira em que se registou menor movimentação de pessoas e visitantes. Felizmente, afirma, a empresa já tem a sua clientela, sendo que tem a sua delegação em Santo Antão- Porto Novo, e em breve vai abrir uma representação em São Nicolau.
Estreante na Expomar, Américo da Luz, do Mindel Jet Club, mostrou-se satisfeito com a experiencia. “Foi muito interessante porque muitas pessoas tiveram o primeiro contacto com as motos de agua. As pessoas se interessaram, principalmente as crianças que queriam experimentar as motas e fazer fotos. Foi muito positivo porque o nosso objetivo era trazer as motas de agua para o público ver de perto”.
Já a coordenadora comercial de Pequenas e Medias Empresas do BCN, Eva Fortes, a Expomar foi uma excelente oportunidade para divulgar a linha de crédito Credimar, que é focado essencialmente para o sector marítimo. “Como sabemos o sector marítimo em CV é bastante informal e as garantias associadas muitas vezes são frágeis. O Credimar é um produto que vem ser uma alternativa ao que é habitual mente comercializado na banca nacional, desde a transformação de pescado, ao apoio a compra de redes de pesca, apoio a compra de embarcações, industrial naval. É um produto amplo e focado no sector marítimo cabo-verdiano”, descreveu.
Sobre a feira em si, Eva Fortes admitiu que este ano o certame esteve “muito lento” seja em termos de expositores e de público. “Acho que se deve a tudo o que temos vindo a viver com o impacto da pandemia da Covid-19, etc. Estamos com menos expositores, mas ainda assim a procura tem sido razoável. As questões relacionadas com o nosso produto têm sido uma constante. O foco do Credimar é ajudar a relançar este sector que nunca esteve parado”, acrescentou.
A IX edição da Feira Expomar contou com a presença de 46 expositores de Cabo Verde, Espanha, Portugal e Estados Unidos, distribuídos por 46 stands.