Cabo Verde despenca nove lugares no ranking da liberdade de imprensa
Cabo Verde caiu nove lugares – do 27º no ano passado para o 36º este ano – no ranking da liberdade de imprensa divulgado hoje pela organização não governamental Repórteres Sem Fronteira (RSF). Ainda assim, é junto com Timor-Leste os países africanos de língua portuguesa mais bem classificados e considerados exemplares nas suas regiões.
O ranking publicado hoje por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa avalia a pratica do jornalismo em 180 países, de entre os 0 e 100, sendo 100 a melhor pontuação. Foram considerados cinco novos indicadores para dar uma visão geral, tendo em conta o contexto politico, jurídico, económico, sociocultural e de segurança.
Cabo Verde obteve 75.37 pontos, muito abaixo dos 79,91 que tinha no ano passado. Com isso, caiu da 27.ª para a 36.ª posição. Ainda assim, a RFS informa que o país destaca-se na região pelo seu quadro legal para jornalista. Igualmente, pelo facto de 70% dos jornalistas em função no arquipélago serem mulheres, ao contrário da maioria dos outros países africanos.
Diz, porém, que o reduzido tamanho do país limita o jornalismo de investigação e, como muitas pessoas se conhecem, os jornalistas evitam focar em assuntos que envolvam os seus conhecidos. Revere ainda que, apesar de nenhum jornalista ter sido detido ou colocado sob vigilância devido à sua actividade, alguns profissionais de média privados dizem ter sido ameaçados após a publicação dos seus trabalhos.
Portugal é o melhor país da língua oficial portuguesa e aparece no 7º lugar, enquanto que Timor-Leste este ano subiu da 71ª posição para a 17ª. Depois de Cabo Verde, terceiro entre os lusófonos, é a Guiné-Bissau que surge no 92º lugar. Angola é 99º e o Brasil 110º. Moçambique é o pior classificado entre os países de língua oficial portuguesa ao ficar na 116º, muito próximo da cauda do ranking.
Noruega lidera com 92,65 pontos da liberdade de imprensa, seguido por Dinamarca, Suécia, Estónia, Finlândia e Irlanda. A organização não governamental alega que o exercício do jornalismo, a melhor vacina contra a desinformação, está gravemente comprometido em 73% dos 180 países avaliados.