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Mindelenses denunciam onda de roubos e ausência da PN em SV: Comandante garante equipas permanentes na via pública

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Mindelenses dizem estar preocupados com uma onda de roubos em São Vicente. O mais grave, dizem as fontes, é que não se vê as autoridades policiais nas ruas. O Comandante Regional da PN, João Santos, garante que diariamente estão nas ruas do Mindelo duas equipas de piquete, uma da Brigada de Investigação Criminal, pessoal do Corpo de Intervenção e do Departamento de Trânsito. “Portanto, dizer que não se vê a policia na rua é relativo. E temos registos de chamadas para o Centro de Comando, acudidos por agentes no terreno”, diz Santos. 

De acordo com relatos que chegaram ao Mindelinsite, são registados quase que diariamente roubos na rua nas imediações da Torrada, no Monte Sossego, Pedra Rolada, Campim, Chã de Alecrim, de entre outros bairros, e também em residências. Uma das nossas fontes exemplifica com um roubo em uma residência ocorrido ontem à noite na zona de Pedra Rolada, que resultou em um forte barulho, que despertou muitas pessoas. “Curiosamente, quase que não se vê agentes da PN nas ruas para inibir estas práticas, nem mesmo a nível do trânsito”, desabafa uma das nossas fontes. 

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O Comandante Regional da PN nega ausência desta autoridade, desde logo enumerando as equipas que diariamente estão na rua: duas unidades de Piquete, uma Brigada de Investigação Criminal, Trânsito, Corpo de Intervenção. “Se numa zona em que estas pessoas estiverem a circular não visualizarem a polícia, não significa que têm de estar em todas as ruas e bairros. Seria impossível. Agora, posso garantir que temos polícia na rua e nos postos onde devem estar”, afirma. 

Relativamente aos roubos, João Santos garante que a PN tem estado a acompanhar toda a dinâmica da ilha. Recusa, entretanto, falar em aumento de casos. “O que pode estar a acontecer são roubos na via pública, sobretudo de telemóveis. Também roubos em espaços comerciais e residenciais. Sempre aconteceram e temos vindo a registar as denúncias. Quando a PN é chamada, alguns casos ainda são apanhados em flagrante, outros nem por isso. Mas os registos existem na Polícia”, afirma.

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Sobre este particular, o Comandante recusa fazer qualquer comparação, alegando que as estatísticas, que são feitas na ilha e por zona, são entregues à Direcção Nacional da PN. Servem, no entanto, de suporte às operações realizadas. “Atacamos por zonas, em função das necessidades. Temos equipas de brigada que fazem os patrulhamentos nas zonas. Temos ainda as câmaras de vigilância a funcionar. Por isso, quando as pessoas dizem que não se vê polícia na rua, é na Rua de Lisboa onde temos duas câmaras, um junto a Drogaria do Leão e outro ao lado do Café Algarve.”

Estas câmaras, refere, são monitoradas por uma equipa da PN. “Estas câmaras têm sido um grande apoio e chamam a atenção. Sempre que o operador percebe alguma tentativa ou suspeito ou grupo a circular, acciona de imediato as equipas no terreno para aproximar e abordar. Temos feito isso muitas vezes. Temos uma câmara na zona da Lajinha, que cobre parte da praia, que monitoriza a atitude e comportamento de jovens suspeitos e as viaturas da PN imediatamente deslocam-se ao local”, exemplifica João Santos, realçando que estas câmaras têm prevenido muitos assaltos e roubos em toda a ilha.

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É que, de acordo com este responsável, a maioria dos assaltos e roubos em São Vicente ocorrem na via pública, principalmente de telemóveis e nas viaturas, neste caso porque os donos deixam bens à vista por descuido. São estas situações que levam o Santos a negar que esteja a registar um aumento de roubos em S. Vicente. Este aproveita o ensejo para apelar as pessoas para denunciarem na PN sempre que forem vitimas de assalto ou roubo. Isso porque, afirma, já houve casos em que foram recuperados produtos roubados, com recurso as câmeras de vigilância, e não conseguirem identificar as vítimas porque não se registou uma queixa. 

O mais caricato, prossegue, é que se o processo for enviado para o Tribunal da Comarca de São Vicente, porque o dono não foi identificado, a justiça obriga a devolver os produtos à pessoa, uma vez que a PN não conseguiu fazer a prova de que estes não lhe pertenciam. “Penso que, se calhar, actualmente as pessoas estão mais atentas e têm a percepção de que havido um aumento dos roubos. Tem a ver também com o objecto e o valor do bem subtraído”, reforça. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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