Os professores de Cabo Verde vão realizar uma greve nacional e uma manifestação no próximo dia 23 de março, revelou ao Mindelinsite o secretario regional do Sindicato Nacional dos Professores. Nelson Cardoso, que se encontra neste momento na cidade da Praia para acertar os detalhes com o presidente do Sindep, informou ainda que os docentes cabo-verdianos vão realizar um dia de luto, no Dia Nacional do Professor.
De acordo com este dirigente do Sindep, o Ministro da Educação continua a ignorar, e com discursos generalistas, as reivindicações dos docentes. Por causa disso e agastados com o arrastar da situação, decidiram agendar uma greve e uma manifestação nacional para o dia 23 de março e, um mês depois, no dia 23 de abril, Dia do Professor Cabo-verdiano, todos estarão vestidos com t-shirt preta naquilo que apelidaram de “um dia de luto
“O Ministro da Educaçāo não cumpriu as promessas feitas aos professores em 2021. Estamos a exigir a formalização desse compromissos”, afirmou Nelson Cardoso, para quem 2022 será definitivamente um ano de luta e num ambiente marcado pelo medo dos professores, numa reacção ao debate realizado esta semana no Parlamento com o ME em que, uma vez mais, este voltou a declarar que desde 2016 o Governo vem implementado importantes medidas, visando corrigir distorções e pendências acumuladas da classe, que remontam a 2008.
Amadeu Cruz reiterou ainda que o Governo resolveu pendências que beneficiaram mais de sete mil professores, traduzindo em incremento orçamental superior a 730 contos. Deixou claro ainda que o Me promoveu e continuará a promover o dialogo franco, sincero e responsável com os sindicatos e com os professores e funcionários visando resolução das pendências, estabilização das carreiras e revisão dos estatutos dos professores e demais agentes afetos à Educação. Este reconheceu ainda que as reivindicações dos docentes são justas e prometeu tudo fazer para honrar os compromissos assumidos e constantes dos memorandos celebrados com os sindicatos até 2023.
Para Nelson Cardoso, com estas declarações do ministro que tutela o sector da Educação no país mais uma vez ficou claro que a situação não vai mudar pelo que vão ter de partir para a luta. “Já enviamos as comunicações para os dirigentes e delegados do Sindep sobre a greve nacional e manifestação de 23 de março. Já no dia 23 de abril, por ser feriado, iremos vestir de luto, caso as coisas se mantiverem, ou seja, caso não pague os subsídios pela não redução da carga horária, reclassificações, pagamento de horas extras, de entre outros,” arrematou.