ACP de Amadeu Oliveira: Imprensa fora da sala de audiência do TRB por “falta de espaço”
Os órgãos de comunicação social ficaram novamente fora da sala do Tribunal da Relação de Barlavento, onde decorre a audiência contraditória preliminar do deputado e advogado Amadeu Oliveira, alegadamente devido as reduzidas dimensões do espaço. A ACP, que poderá evitar ou confirmar o julgamento de Oliveira, começou pouco depois das 9horas da manhã e, por volta das 13 horas, a imprensa continuava sem nenhuma informação do que se passa dentro da sala.
Amadeu Oliveira chegou ao TRB escoltado pela Polícia Nacional, que fez questão de informar aos jornalistas que não era permitido fazer fotos e nem falar com o arguido. Na porta do Tribunal estavam apenas a presidente da Assembleia Municipal de São Vicente e membro da direcção da UCID, Dora Pires, e pelo menos três amigos do jurista e deputado, para além dos jornalistas.
Amadeu Oliveira foi imediatamente conduzido para o interior do tribunal, de onde saiu apenas por poucos minutos, antes de se retomar os trabalhos que, ao que conseguimos apurar, não têm hora para terminar. Aos jornalistas que montavam “guarda” à porta do TRB limitaram a informar que a sala é pequena pelo que, não obstante a ACP ser pública, não poderiam acompanhar a audição.
Amadeu Oliveira encontra-se detido desde julho do ano passado na Cadeia da Ribeirinha em São Vicente, alegadamente por ter atentado contra o Estado de Direito ao ajudar o seu cliente Arlindo Teixeira, que se encontrava em prisão domiciliária, a sair do país, sem dar conhecimento às autoridades. Este, recorda-se, foi condenado tanto na primeira como na segunda instância pelo homicídio de um indivíduo quando se encontrava de férias na ilha de Santo Antão.
Crítico assumido da justiça e, principalmente dos juízes que apelidou de corruptos, Oliveira responde por 14 crimes de ofensa e injúria contra os magistrados do Supremo Tribunal de Justiça, Benfeito Mosso Ramos e Fátima Coronel, a quem vinha apelidando de “gatunos” e “falsificadores”. Mesmo assim, a sua detenção é vista pelo líder da UCID como sendo excessiva e uma “vingança dos tribunais para tentar silenciar o deputado Amadeu Oliveira.”