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Cultura

Cerca de 200 artistas de 14 países dão corpo à esperança no Mindelact 2021

Cerca de 200 artistas provenientes de 14 países e várias ilhas de Cabo Verde vivenciam a esperança de dias melhores no Mindelact 2021, após um ano em que o país e o mundo conviveram com perdas irreparáveis. Em Cabo Verde, a organização lembra, uma vez mais, Samira “Sams” Pereira, um dos rostos do evento. O festival internacional de teatro de Cabo Verde este ano terá a duração de dez dias, colocando em cena cerca de 40 espectáculos, num total de 50 apresentações em duas ilhas – S. Vicente e Santiago -, nas redes e nas rádios.

De acordo com o presidente da direcção da Associação Mindelact, João Branco, que se fez acompanhar nesta apresentação do Director do Centro Cultural do Mindelo, Tony Tavares, do Ceo do Grupo Ímpar em representação dos mecenas, Luís Vasconcelos, e de uma representante da direcção da Associação Mindelact, Zenaida Medina, são esperados artistas de três continentes, estando previstas várias estreias mundiais, incluindo uma simbólica na Praia que presta homenagem àquele que melhor nos ensinou a materializar a esperança, Amílcar Cabral.

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“Marcaremos o 30º aniversário da icónica companhia de dança Raiz di Polon, que apresenta, nesta edição, uma reinterpretação da peça divisora de águas CV Matriz 25. Teremos artistas vindos de 14 países e de várias ilhas, representando um amplo leque de linguagens em que se sobressaem a inovação, a contemporaneidade e o caracter experimental de muitas propostas”, informou o presidente da direcção do Mindelact.

Aurora Negra, uma produção de Cabo Verde, Angola e Portugal, Chiquinho da companhia Fladu Fla (Cabo Verde) & Chão de Oliva (Portugal), Le voisin de Benoit Turjamn (França), Hamlet Cancelado (Brasil), Love Letters de Margens Theatre (EUA) e Amílcar Geração (Portugal/S. Tomé e Príncipe são disso exemplos. “Todas estas propostas partilham uma missão comum de abrir mentes, iniciar debates sobre temas importantes da atualidade, despoletar a transformação e reflexão sobre mentalidades. Todos eles ingredientes indispensáveis na operacionalização da esperança.”

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Outra novidade é a retoma da extensão na Praia, lembrando que no Mindelact 2021 as salas voltam a 100% de ocupação, desde que se apresente o Certificar Covid ou teste negativo. Apesar desta ressalva, as regras de higienização e uso de máscaras continuam obrigatórias. “Praticamente toda a programação será presencial, com excepção de duas componentes que, pelo seu caracter técnica, uma é o teatro digital que tivemos no ano passado e que voltará este ano”, revela Branco, que faz questão de esclarecer que o teatro digital não é a filmagem ou transmissão de gravações de peças. São produtos criativos concebidos para serem exibidos online e em directo.

A outra componente que não será presencial é o teatro radiofónico, que terá uma ampla programação, composta por três blocos de peças: Ciclo POP – para os Putos, Ciclo Imaginário e Ciclo Cabo-verdiano. “Esperamos revitalizar um pouco esta tradição que já tivemos em Cabo Verde do teatro radiofónico com esta programação”, acrescenta.

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Já por dificuldades de controlo de aglomeração, foram dispensados da programação do Teatro na Praça e o Festival Off, por ambos implicar uma concentração de pessoas em um espaço reduzido, sobretudo este último. Antes de terminar, Branco realçou que, da participação de 14 países, destaca-se a forte presença do continente africano nesta edição 27º do Festival Mindelact, nomeadamente do Togo e da África do Sul que estreiam no festival.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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