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Amadeu Oliveira “retido”, interrogado e liberado pela PN

O advogado e deputado Amadeu Oliveira desembarcou antes das 13 horas no Aeroporto da Praia. Foi retido durante alguns minutos pela Polícia de Fronteira e respondeu perguntas de rotina, antes de ser liberado. Á saída, Oliveira confessou à imprensa o seu receio de ser detido a qualquer momento, não obstante afirmar categoricamente não ter cometido nenhum crime.  Mas também garantiu que não vai viver refém e nem esmagado pelo medo.

“Mais uma vez o sistema está a branquear a situação. Ao invés de procurarem os podres que existem no sistema judicial, de fraude, de inserção de falsidades, de denegação da justiça e de prevaricação, estão à procura de bode expiatório na polícia e nos Fuzileiros Navais”, declarou Amadeu Oliveira, que prometeu continuar a lutar enquanto houver pessoas inocentes na cadeia, pais de filhos pobres que não têm condições de pagar um advogado.

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 Tranquilo, este deputado esclarecer que os Fuzileiros Navais, a Polícia Judiciária e a Polícia Nacional estão a salvar o país todos os dias. “Onde precisamos fazer uma reforma e mandar meia dúzia de pessoas para casa é no sector da Justiça. É no Supremo Tribunal da Justiça”, acrescentou, garantido ter passado na Polícia de Fronteira sem qualquer tido de problemas. “Fui retido, não detido. A Polícia Nacional funciona razoavelmente bem em Cabo Verde. Devemos honra tanto a PN como a PJ”, declarou Oliveira, aproveitando para insistir na necessidade de se fazer uma reforma na Justiça, deixando claro não temer o Procurador-Geral da República e nem o STJ.

Quanto ao interrogatório, o causídico afirmou ter respondido a questões corriqueiras, nomeadamente se tenciona sair do país proximamente, se vai viajar para outras ilhas, se trazia algo de diferente na bagagem, entre outros. “Não tenho medo da justiça, tenho medo é da injustiça”, referiu, lembrando que fugiu com o Arlindo Teixeira por causa da injustiça. “A nossa justiça está podre. Já não serve aos cidadãos, às empresas, aos nacionais e estrangeiros”, acrescentou Oliveira, que aproveitou para esclarecer que não se sente tocado pelas declarações do Presidente da República, que afirmou que pessoas que não conseguem contribuir para a melhoria do sistema, também não o devem desacreditar.

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De acordo com este entrevistado, Jorge Carlos Fonseca está em uma posição “difícil” porque tem consciência que o sistema está podre. Reconheceu, entretanto, que é necessário um levantamento cívico popular para mudar o status quo, ou seja, cabe ao povo exigir a reforma da Justiça.

C/TCV.CV

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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