O Sindicato da Industria do Comércio e Serviços (SICS) está preocupado com o despedimento de trabalhadores na Frescomar, empresa que está em vias de fechar as portas. Em conferencia de imprensa, Virtulino Castro pede, por isso, ao Governo para estabelecer com urgência todos os contactos necessário para resolver essa situação.
Segundo Virtulino Castro, no dia 14 deste mês a Frescomar pôs fim ao contrato que tinha com 15 trabalhadores e no dia seguinte, sexta-feira, despediu mais 89. Na semana que inicia hoje a empresa deverá dispensar mais 380 colaboradores, número que poderá ainda aumentar para 484, podendo chegar à 600 no fim-de-semana. Tudo por causa da derrogação do contrato de exportação existente entre Cabo Verde e a União Europeia.
Mas esta situação, que considera horrível para os trabalhadores e suas famílias, não é nova. Em dezembro de 2016, diz, houve uma questão similar, o que levou a empresa a equacionar dispensar um total 301 funcionários. “Na reunião que tivemos com a empresa, foi-nos informado que poderão despedir 600 trabalhadores. Esta diz este problema não tem merecido a devida atenção da parte do Governo, que terá de formalizar os procedimentos”, refere Castro, realçando que toda a informação necessária foi enviada para o executivo desde o mês de março de 2020.
De acordo com este dirigente sindical, a empresa alega que solicitou um encontro com o Ministro da Economia Marítima, que nunca aconteceu. “A Frescomar afirma que na semana passada fez pelo menos três solicitação de encontros, mas houve sempre adiamentos das reuniões por parte do ministério. Sem exportação a empresa corre o risco de perder o contrato com uma empresa de exportação espanhola, que domina o mercado naquele país, respondendo por cerca de 90% do consumo. A Frescomar envia 100% das suas exportações para esta empresa”, informa.
A perda do contrato, pontua, pode obrigar esta empresa a fechar as portas em definitivo, pelo que o SICS pede ao governo para agilizar este processo o mais rápido possível para evitar um mal maior que seria o aumento do desemprego na ilha. O ideal, frisa Virtulino Castro em jeito de remate, seria conjugar o acordo de derrogação com o Acordo de Pesca assinado entre o Governo de Cabo Verde e a União Europeia, que vigora até 2024.