O ministro do Turismo e Transportes presidiu na manhã desta sexta-feira a cerimónia de entrega de certificados a 38 guias de turismo de S. Vicente, capacitados no quadro de uma parceria entre a tutela e o Instituto de Emprego e Formação Profissional, com financiamento do Banco Mundial e Fundo de Sustentabilidade do Turismo. Carlos Santos destacou a importância desta capacitação na valorização e reciclagem destes profissionais, numa altura em que se vai fazer a entrega, em breve, da Carteira Profissional para a classe.
À imprensa, o governante explicou que esta acção se insere no programa de visita que efectua de 28 deste mês a 01 de dezembro a S. Vicente e Santo Antão para trazer uma nova mensagem sobre a retoma do turismo. “Aproveitamos para entregar estes diplomas que resultam de um conjunto de projectos no âmbito do Plano de Renascimento do Turismo com o objectivo de, em primeiro lugar, criar as condições a nível da segurança sanitária”, informou, realçando ter o ministério qualificado cerca de 2.500 jovens profissionais do sector do turismo: taxistas, guias, colaboradores das agências de viagens e de unidades hoteleiras que, frisa, estão a passar por um período difícil.
“Decidimos juntar dois objectivos: qualificar estas pessoas e proporcionar-lhe uma fonte de rendimento. Mas este processo é também para a valorização dos guias. Temos um programa neste sentido que passa pela reciclagem no momento em que se vai fazer a entrega das carteiras profissionais”, assegura, realçando que o objectivo do MTT é cuidar dos embaixadores do turismo.
Questionado para quando a entrega das Carteiras Profissionais, Santos garantiu que será para breve, destacando que a legislação já passou pelo Parlamento. Disse ainda que a Carteira vai dignificar e definir as condições e como exercer a profissional por cada categoria no sector do turismo.
Competências especificas
A Administradora Executiva do IEFP fez questão de frisar que o objectivo da formação agora concluída foi especificamente capacitar os guias dentro das suas competências de acompanhantes, nas vertentes guias de turismo de cruzeiro e de animação cultural. Segundo Aldina Cardoso, a formação foi desenhada à medida dos profissionais que estão neste momento inactivos.
“A ideia era aproveitar este momento para consolidar as suas competências, tendo em conta os desafios que a pandemia da Covid-19 impõe. Foi uma formação feita em parceria EIFP e MITT, financiada pelo Banco Mundial e pelo Fundo e Sustentabilidade do Turismo. Não tenho o custo preciso, mas estamos a falar de um valor superior a um milhão de escudos. O BM financiou a capacitação e o FT a bolsa atribuída aos formados”, detalhou.
A formação durou três meses – Setembro a Novembro – e cada formando recebeu 18 mil escudos por mês. “Foram 280 horas de formação com diferentes moldes. Estamos a falar de 38 guias que irão desempenhar as suas funções com melhor qualidade em São Vicente”, pontuou, destacando ainda a preocupação do IEFP em capacitar os formandos em competências para que pudessem ter a vertente de montanha e puderem assim fazer a ponte com a ilha de Santo Antão, que tem um turismo diferente, mais rural.
Mais-valia
O presidente da Associação dos Guias de Turismo de S. Vicente e S. Nicolau mostrou-se também satisfação pela conclusão de mais uma etapa. De acordo com Kevin Moreira, fazem parte de um sector dinâmico, em desenvolvimento e onde vivem muitas experiências pelo que é preciso estar preparado. “Penso que as formações deveriam ser continuas. Anual, na minha opinião. São sempre boas para melhorar a qualidade do nosso trabalho e, nesta altura, são mais relevantes. Debatemos temas relacionadas com a Covid-19, especificamente como trabalhar em meio a pandemia”.
No seu caso em particular, Moreira destaca uma experiência recente com turistas, no quadro de uma regata que aportou no Mindelo, em que acompanhou um grupo de turistas a ilha de Santo Antão. “Foi uma experiência espectacular em termos de trabalhar no terreno. Reduzimos a lotação do hiace de 15 para 9 ocupantes, tínhamos álcool gel sempre a mão, a mascara era obrigatório. Assumi a responsabilidade de abrir e fechar a portas da viatura para reduzir os contactos com as superfícies”, enumera.
Para o presidente desta classe profissional é importante que os guias entendam que estão a trabalhar em um contexto diferente e que os desafios são muitos e não vão desaparecer, pelo menos enquanto não se encontrar uma solução para a pandemia no mundo e também em Cabo Verde.