Os condutores portonovenses estão indignados com a Rádio e Televisão Cabo-verdiana (RTC), delegação do Porto Novo, por causa da contratação de um condutor e uma viatura, no caso um professor reformado que, dizem, já aufere um salário público. Estes alegam que na cidade do Porto Novo há muitos jovens recém-formados e com carta de condução no desemprego. O mais grave, afirmam, é que a RTC é uma empresa pública, financiada pelos contribuintes, a promover esta situação ética e moralmente reprovável.
Joao Pires é um destes condutores a dar a cara em nome dos colegas. Este explica que está revoltado porque a RTC decidiu contratar os serviços de uma pessoa que já aufere um salário público, enquanto que há muitos jovens sem qualquer fonte de rendimento. “Este condutor está a prestar serviço na RTC desde o inicio da campanha eleitoral. Estamos indignados com esta situação. Entendemos que a empresa não podia ter contratado um reformado, que já aufere uma pensão do Estado”, desabafa este condutor, para quem o trabalho poderia ser atribuído a um dos muitos jovens desempregados do concelho. “Estamos a falar de uma empresa publica opta por contratar um reformado com a sua viatura particular, sendo que a esposa deste também é reformada”.
Contactado pelo Mindelinsite, o delegado da RTC no Porto Novo, Augusto Oliveira, limitou a dizer que não tem poder para contratar ninguém. “A empresa onde trabalho é quem responde pelas contratações”, afirma. Este alegou no entanto que a viatura e o condutor foram contratados para prestar serviço durante a campanha eleitoral. “Tenho conhecimento desta questão, mas não percebo porque as pessoas estão a questionar a política de uma empresa que, a meu ver, tem liberdade de contratar quem quiser.”
Oliveira diz ainda não entender as razões de toda esta celeuma, inclusive porque a pessoa em causa há vários anos vem prestado serviço na RTC. “Não é de agora que essa pessoas preta serviço na empresa em períodos de eleição, independentemente de ser uma pessoa reformada ou de estar a trabalhar. Sempre que a empresa necessitar, ela está disponível. Foi por isso que, mais uma vez, foi chamado para prestar serviço durante este período”.
Lidiane Sales (Estagiária)