O turismo continua a ser o sector da economia mais afectado pela pandemia da Covid-19 no segundo trimestre deste ano, revela o inquérito rápido às empresas, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), para avaliar o impacto da pandemia. Este estudo aponta ainda que cerca de 83% das empresas inquiridas afirmaram que houve redução no seu volume de negócios devido ao novo coronavírus.
As restrições no âmbito do Estado de Emergência (75%) e as dificuldades na entrega/encomendas (72%) foram também apontadas pelas empresas como principais causas do forte impacto no volume de negócios. Destaque para os sectores do comércio (33,3%) e indústria e energia (21,7%). Das empresas que tiveram aumento do volume de negócios, cerca de 40% estimaram que esse acréscimo foi inferior a 10%.
“As empresas entrevistadas atestaram que a pandemia teve impacto na redução no número de pessoal ao serviço”, lê-se no documento, que indica ainda que os sectores do turismo e do comercio foram os mais afectados. Este aponta ainda que o lay-off for fortemente apontado como sendo uma das principais medidas “muito relevantes” do Governo, com três em cada quatro empresas a terem esta apreciação.
“O sistema de teletrabalho foi pouco utilizado no 2º trimestre. Mais da metade das empresas inquiridas (54%) afirmou que não tiveram pessoas no sistema de teletrabalho. Das empresas que tiveram, 36% consideram que o teletrabalho não teve nenhum impacto na produtividade, cerca de 28% são de opinião que o teletrabalho diminuiu a produtividade e quase 6% asseguraram que este sistema aumenta a produtividade”, pontua.
Igualmente consideram que a adesão à moratória, como medida de apoio às empresas, foi pouco expressiva. Pouco mais de um terço das empresas garantiu ter beneficiado de moratórias no cumprimento do serviço da dívida e quase 60% asseguraram que planeiam beneficiar dessa medida. “81,2% das empresas responderam que não tiveram necessidade de recorrer ao crédito bancário para pagar salários ou outras obrigações. Das empresas que tiveram tal necessidade, 31,3% afirmaram ter beneficiado do crédito em condições mais favoráveis comparativamente a pedidos anteriores”, indica.
O estudo revela, por outro lado que, na sua maioria (71,6%), as empresas afirmaram não ter nenhum investimento em curso no trimestre em estudo. No entanto, cerca de 25% das empresas tiveram algum investimento em curso. Destas, cerca de 30% tencionam reduzir o ritmo dos investimentos devido a pandemia da COVID-19, com realce para os setores do comércio e da indústria e energia. Diz ainda que cerca de 44% das empresas afirmaram ter projetos de investimentos em carteira. Destas, 34,8% pretendem ajustá-los ou mudá-los, devido a pandemia da COVID-19.
“Cerca de 26% das empresas estimam que no 3º trimestre o volume de negócios irá manter-se igual ao do trimestre anterior; A maior parte das empresas (80,3%) estima que o número de pessoal ao serviço irá manter-se igual ao do trimestre anterior”, constata, realçando que as empresas dos setores do turismo e das instituições financeiras e de seguros são as que mais acreditam que o número de pessoal ao serviço irá reduzir contrariamente à opinião das da construção e atividade imobiliária.
Quando questionados sobre as suas expectativas em relação ao fim desta crise, quase 34% das empresas inquiridas responderam que é a partir de 2022 e 60,4% acreditam em 2021. Cerca de 6% ainda admitem em 2020.