Os Bombeiros Municipais de S. Vicente atenderam apenas metade dos pedidos de socorro chegados ao quartel por causa da chuva. O comandante-substituto, Albertino Lima, garante que a prioridade foi tentar salvar vidas, até porque não possuem equipamentos e meios humanos para outros tipos de intervenção.
No balanço da actuação dos BM nos dois dias de chuva, este informa que receberam cerca de 60 pedidos de socorro, a grande maioria no domingo. Neste dia, as precipitações foram mais fortes e alongaram por cerca de 24 horas seguidas. Infelizmente, conseguiram atender apenas 26 chamadas de urgência. “A nossa capacidade de resposta não nos permitiu fazer mais. Sabemos que em muitas situações as pessoas conseguem resolver, mas o ideal seria estar no terreno para orientar e apoiar estas famílias, que se encontravam aflitas”, refere Lima.
As intervenções foram na sua maioria nas zonas de Bela Vista, Fonte Francês e Alto de Bomba, sobretudo casos de inundação nas residências e quedas de paredes. “Basicamente limitamos a retirar as pessoas das residências em risco, sobretudo nos casos em que as pessoas estavam ilhadas. Também apoiamos no realojamento de nove famílias – 23 pessoas entre adultos e crianças – , que não tinham para onde ir.”
Lima alerta, no entanto, para as muitas paredes em risco de derrocada em diversas zonas, sendo que em muitos casos as pessoas sequer percebem do perigo. Sobre este particular, este informa que ainda estão a fazer o levantamento para depois informar as autoridades municipais. “A situação mais crítica neste momento é em Alto de Bomba onde muitas casas estão em risco de derrocada. O solo está muito molhado e, mais qualquer bocadinho de chuva, estas podem cair”, diz este responsável, que lamenta não terem conseguido prestar assistência a todos que pediram ajuda aos BM.
O comandante-substituto faz, entretanto, um balanço positivo do trabalho feito pelos “soldados-da-paz”, apesar de não terem conseguido dar vazão a demanda. Ainda assim explica que, em relação as queixas de inundação de água nas residências, aconselhavam as pessoas a colocar os móveis em lugares mais altos. E, nos casos mais graves, pediam as pessoas para abandonarem as casas.“Infelizmente neste momento não temos equipamentos para retirar água acumulada. Os poucos equipamentos que temos estão avariados, o que limita ainda mais a nossa capacidade de intervenção”.
Lima critica as pessoas que, mesmo com chuva forte, continuam a circular nas ruas ou em viaturas, colocando-se em risco. A sua critica sobe de tom em relação as pessoas que estavam a tomar banho nos diques de retenção da Ribeira Bote. “As pessoas precisam ter mais consciência.”