O presidente-cessante da Câmara do Comércio de Barlavento, Belarmino Lucas, faz um balanço positivo dos dois mandatos à frente desta agremiação empresarial, que considera cada vez mais sólida, em dia de assembleia electiva. Duas listas, encabeçadas por Rafael Vasconcelos e Jorge Maurício, disputam a liderança da CCB, tendo pela frente o desafio de se reinventar para se adaptar aos novos tempos, decorrentes da pandemia da Covid-19 que, em 2020, obrigou esta instituição a afunilar o seu trabalho, sobretudo no apoio aos empresários no acesso às medidas do Governo.
Em jeito de antevisão desta assembleia electiva, Belarmino Lucas explicou que até o momento duas listas se apresentaram, uma liderada pelo empresário Rafael Vasconcelos e outra pelo actual vice-presidente Jorge Maurício. No entanto, estatutariamente e em teoria, até o arranque da assembleia, pode surgir alguma outra lista. “Não temos conhecimento de nenhuma outra, mas é uma possibilidade estatutária”, frisou, realçando que, da agenda de trabalhos, consta ainda, a par da eleição da nova liderança, a aprovação do relatório e contas de 2019, que deveria ter acontecido no início do ano mas que, devido a questões da Covid-19, teve de ser adiada.
O inicio dos trabalhos está marcado para as 16 horas. Caso não houver quorum, arranca às 17 horas com qualquer número de sócios. Mas esta é uma assembleia que vai acontecer em novos moldes, tendo em conta a pandemia. Neste sentido, segundo Lucas, foram criadas todas as condições para os associados terem a possibilidade de participar nas suas ilhas de residência. “Neste momento já concluímos a rede de video-conferência da CCB que abarca todas as delegações e a sede. Os nossos associados de S. Nicolau, Sal, Boa Vista e S. Antão vão poder participar directamente. A priori, não prevemos dificuldades, salvo os problemas técnicos que são sempre imponderáveis”, refere o presidente cessante a CCB.
Este acredita que, em termos de qualidade do som, imagem e possibilidade de interacção dos participantes não haverá problemas, porquanto vão ver em simultâneo todas as salas e os associados poderão intervir e interagir com os seus pares. Em S. Vicente, os sócios estarão presentes nesta assembleia, que acontecerá na Academia Jotamont, tendo em conta o previsível número de participantes, para garantir o distanciamento social.
Interlocutor e parceiro de referência
No balanço dos dois mandatos à frente desta instituição, Lucas aponta o crescimento do CCB em termos daquilo que é a sua necessidade de intervenção. Diz ainda que a Câmara do Comercio de Barlavento está mais sólida, tendo em conta o seu percurso desde 1996. “A instituição é neste momento considerada o interlocutor e parceiro de referência no que diz respeito ao sector privado nesta região. A sua voz é ouvida e tem uma influência razoável em termos daquilo que é o desenho das medidas para o sector privado. Mas a CCB ainda tem margem para crescer”, admite, baseando sobretudo no número de empresas existentes na região. Este é um trabalho que deve ser continuado pela nova liderança. Terá de angariar cada vez mais associados. Lucas acredita que, só assim, a CCB será mais forte e terá maior capacidade de intervenção.
Em termos financeiros, o presidente acredita que deixa uma instituição equilibrada e estável, sendo que as receitas derivam cada vez mais das contribuições dos associados, do desenvolvimento de produtos oferecidos aos sócios e da própria exploração daquilo que são os seus bens patrimoniais, nomeadamente edifícios, salas de conferência e também receitas dos licenciamento. Questionado se a Covid-19 afectou o trabalho da CCB e os associados, Lucas é taxativo: “não há neste momento nada e nem ninguém no mundo que não tenha sido afectado pela pandemia.”
De acordo com este responsável, obrigou a CCB, por um lado, a afunilar o seu trabalho, sobretudo no apoio aos empresários, no sentido de os ajudar a ultrapassar as dificuldades inerentes à pandemia, nomeadamente no acesso às medidas do Governo. Mas a própria Câmara teve de adaptar a sua forma de trabalhar, principalmente durante o Estado de Emergência. Isto porque, apesar de continuar a apoiar os empresários, tinha de cumprir os planos de contingência, o que lhes obrigou a trabalhar a partir de casa. “Isto obrigou-nos a explorar novas formas de trabalhar e a adaptação foi notável”.