A polícia federal brasileira desmontou uma rede de narcotráfico que terá enviado toneladas de droga para Cabo Verde e Europa e actuava em 13 estados. Denominada “Além-Mar”, a operação investiga esquema de Tráfico Internacional de Drogas e Lavagem de Dinheiro. Mesmo diante da situação de emergência de saúde pública e de isolamento social imposto pela Covid-19, o esquema criminoso não foi interrompido, tendo sido apreendido entre os meses de março e julho ultimo mais de 1,5 toneladas de cocaína, diz a PF.
Conforme informação disponibilizada na pagina oficial da PF, estão a ser cumpridos 139 mandados de busca e apreensão e 50 de prisão (20 prisões preventivas e 30 prisões temporárias) nos estados de Alagoas, Bahia, Ceara, Distrito Federal, Goiana, Pernambuco, S. Paulo, Santa Catarina, Paraíba, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul e Pará.
Foi determinado, ainda, pela Justiça Federal a apreensão de sete aviões, cinco helicópteros, 42 camiões e 35 imóveis urbanos e rurais (fazendas) ligados aos investigados e ao esquema criminoso, além do bloqueio judicial de uma grande quantia em dinheiro, ao todo 100 milhões de reais.
Participaram na operação aproximadamente 630 policiais federais. A instituição alega que quatro organizações criminosas, actuando em conexão, viabilizavam o esquema de tráfico internacional de drogas. por meio do qual toneladas de cocaína foram exportadas para a Europa via portos brasileiros, especialmente no Porto de Natal/RN.
“A primeira célula, estabelecida em São Paulo/SP, promove reiteradamente a internação de cocaína através da fronteira do Brasil com o Paraguai, transportando-a via aérea até o estado de São Paulo e distribuindo-a no atacado para organizações criminosas estabelecidas no Brasil e na Europa”, lê-se no comunicado da PJ, que revela ainda que a segunda, célula, estabelecida em Campinas/SP recebe a cocaína no território nacional para distribuição interna e exportação para Cabo Verde e Europa.
A terceira, estabelecida em Recife/PE, é integrada por empresários do sector de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão cooptados, e provê a logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga até o momento de sua ocultação nos containers.
A quarta parte da organização criminosa, estabelecida na região do Braz, em São Paulo/SP, atua como banco paralelo, disponibilizando sua rede de contas bancárias pertencentes a empresas fantasma, de fachada ou em nome de “laranjas” para movimentação do dinheiro.
Durante as investigações foram presas 12 pessoas e apreendidas mais de 11 toneladas de cocaína, no Brasil e na Europa, relacionados ao esquema criminoso. Dentre os presos está um grande traficante, que permaneceu foragido da justiça brasileira por 10 anos e era procurado pela Polícia Federal e pela National Crime Agency – NCA, do Reino Unido.
As investigações iniciaram em 2018, a partir de informações difundidas à PF pela National Crime Agency – NCA, como resultado de parceria estabelecida para reprimir o tráfico de cocaína destinada à Europa.